Após ser preso nesta segunda-feira (16), o rapper e magnata Sean “Diddy” Combs, 54, teve o pedido de fiança negado pela justiça de Nova Iorque. Acusado de tráfico sexual, extorsão, sequestro, trabalho forçado, suborno e outros crimes, Combs se declarou inocente e seus advogados ofereceram US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) para que ele pudesse responder o processo em liberdade.
Na quarta-feira (18), o juiz Andrew Carter negou o recurso apresentado pela defesa, pois considerou insuficiente o valor proposto devido ao histórico de violência, abuso de substâncias e à possibilidade de manipulação de testemunhas. O rapper ainda prometeu “receber o mínimo de visitantes do sexo feminino” em sua casa em Miami, caso fosse liberado sob fiança. Com informações do Hugo Gloss.
Não há data para o julgamento e, caso ele seja considerado culpado das três acusações, pode ser condenado à prisão perpétua.
Acusações contra o rapper
Nos últimos meses, vários processos foram abertos contra o artista por agressões sexuais. Em novembro, Combs foi alvo de uma denúncia de violência física durante anos pela cantora de R&B Cassie, com quem manteve um relacionamento entre 2012 e 2019.
De acordo com a ação, ele a teria submetido a abusos físicos por mais de uma década, forçou-a a consumir drogas e a estuprou em 2018. Sean foi descrito como um homem violento e foram relatadas cenas violentas, como forçar Cassandra Ventura a ter relações sexuais com trabalhadores do sexo masculinos e filmar. As chamadas “Freak Offs” eram festas que Diddy promovia para levar mulheres, homens e profissionais do sexo a participar de performances sexuais gravadas, as quais o rapper assistia posteriormente.
Um vídeo de segurança de um hotel mostra quando Cassie estava tentando fugir do cantor, mas ele chega a tempo antes dela conseguir entrar no elevador. Combs aparece no vídeo só de toalha e chuta Cassie várias vezes, que cai rendida no chão.
Diddy também é acusado de “ter tocado à força e tentado e/ou ameaçado tocar nas áreas íntimas” de Lil Rod “com as suas próprias partes íntimas do corpo”. Rodney Jones Jr., que usa o nome Lil Rod, trabalhou como produtor no mais recente álbum do artista anteriormente conhecido como Puff Daddy, The Love Album: Off the Grid. O produtor alega que Combs tentou convencê-lo a ter relações sexuais com outro homem, afirmando que era “uma prática normal na indústria musical”, e que teria sido forçado a beber shots de tequila com droga, tendo acordado às quatro da manhã “todo nu com uma trabalhadora do sexo a dormir ao seu lado”.
Durante décadas, Sean Combs “abusou, ameaçou e coagiu mulheres e outras pessoas ao seu redor para satisfazer seus desejos sexuais, proteger sua reputação e ocultar suas ações”, segundo o documento da acusação, que afirmou que ele usou o “império musical” para atingir seus objetivos. Com informações do G1.
Sean Combs
O artista, conhecido como Puff Daddy e P. Diddy, é um dos produtores e artistas de hip-hop mais influentes das últimas três décadas e construiu um dos maiores impérios ligados a este gênero musical. É fundador da Bad Boy Records, vencedor de três Grammys e trabalhou com artistas como Notorious B.I.G., Mary J. Blige e Lil’ Kim, além de ter agenciado Usher e Justin Bieber.
Atualmente, Sean Combs está no Centro de Detenção Metropolitano, prisão na zona do Brooklyn, em Nova Iorque, para onde foi levado após ter sido acusado de diversos crimes.