Crítica: nova versão de Cinderela transforma gata-borralheira em uma máquina sanguinária

Ramon Baratella Por Ramon Baratella
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Foto destaque: Nova versão da gata- borralheira (Reprodução/Youtube/a2filmesoficial)

Bibbidi Bobbidi Boo! Nesta noite de segunda-feira (17), o In Magazine foi conferir de pertinho a primeira exibição exclusiva de “A Maldição de Cinderela” ou “Cinderela’s Curse” a convite da A2 Filmes e contou com a presença ilustre de Louisa Warren, a diretora, e Kelly Rian Sanson, nossa protagonista.

Sapatinho de cristal

No melhor estilo do meme “essa festa virou um enterro” e sem toques de magia ou animaizinhos que cantarolam enquanto confeccionam seu vestido para o baile, a trama segue a linha narrativa que conhecemos pelo clássico dos estúdios Disney, no entanto, com cenas mais pesadas quando vemos o cotidiano de Ella ao lado de suas irmãs postiças.

Em uma versão com muito sangue, mais brutalidade e quase sem nenhuma iluminação, a decisão de deixar a “heroína” possuída por conta de um livro de magia e três desejos de sua suposta fada madrinha é quase desnecessária, já que existem inúmeros motivos para que ela se vingue daqueles que a fazem mal, incluindo o príncipe nada encantado. 

Mesmo com o lado mágico quase de escanteio, a produção de Warren faz o bom uso do elemento mais marcante da história como uma arma brutal, o sapatinho de cristal, ao ponto de deixar o telespectador imaginando a versão dócil e esperançosa da casa do Mickey Mouse se tornando uma máquina de destruição em massa.

Eu cresci assistindo aos clássicos de Walt Disney e essa é uma releitura onde mostra a ”princesa” de uma forma mais crua, onde ela é violentada em momentos de extrema vulnerabilidade. Ela abraça essa dor e a transforma em sua vingança, algo parecido com a versão de Grimm, que é uma história sombria.

Kelly Rian Sanson

Personagens principais falam sobre o filme (Vídeo: reprodução/Instagram/@a2filmesoficial)


Soando como uma versão de “Carrie, a Estranha” com pouco orçamento, “A Maldição de Cinderela” talvez coloque a ideia de transformar contos infantis em versões brutais como uma fórmula desgastada para futuras adaptações.

Ao invés de pensarem no caminho mais fácil e recorrer aos banhos de sangue e mutilação, uma ideia para as próximas releituras seria trabalhar em um thriller psicológico com outras princesas, como Rapunzel, Ariel ou até mesmo Bela, de “A Bela e a Fera”.

Contos em slasher

Vale lembrar que “Peter Pan” é o próximo da lista para ganhar sua versão sombria e convenhamos que um garoto aleatório aparecer em sua janela para te levar para um olhar que não existe não é nada mágico e um tanto suspeito.

Para quem gosta de “gore”, “A Maldição de Cinderela” pode ser uma boa adaptação, mas para aqueles que não curtem matança ou até mesmo “histórias de princesa”, pode passar bem longe.

O filme, produzido e dirigido por Louisa Warren, conta com Kelly Rian Sanson, Natasha Tosini e Sam Barrett no elenco. “A Maldição de Cinderela” chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 20 de junho.

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