Crítica: “Os Fantasmas Ainda se Divertem”: Tim Burton nos leva de volta ao bizarro e divertido mundo dos mortos

Tim Burton reúne Michael Keaton, Catherine O'Hara, Winona Ryder e Jenna Ortega para a continuação do clássico de 1988, que estreia nesta quinta-feira (5) nos cinemas

Joshua Diniz Por Joshua Diniz
6 min de leitura

Tim Burton retorna ao universo sombrio e excêntrico de “Os Fantasmas se Divertem”, um clássico que marcou gerações na “Sessão da tarde”, agora com uma sequência que mantém a essência do filme original e coloca os personagens que já conhecemos em novas situações. Com sua direção inconfundível, Burton entrega uma nova aventura repleta de humor mórbido e visuais surreais, expandindo o universo de Beetlejuice de maneira criativa para as novas gerações.


Assista o trailer de “Os fantasmas ainda se divertem: Beetlejuice Beetlejuice” (Reprodução/Youtube/Warner Bros Pictures Brasil)

Trama de “Os Fantasmas Ainda se Divertem”

O longa mostra a reunião das três gerações da família Deetz que voltam a Winter River após uma tragédia familiar inesperada. Lydia Deetz (Winona Ryder), agora adulta e mãe de Astrid (Jenna Ortega), junto com sua madrasta Delia (Catherine O’Hara), veem a calma da casa abalada quando a jovem descobre a antiga maquete da cidade no sótão. As três acabam envolvidas involuntariamente numa série de eventos que acabam trazendo de volta do mundo dos mortos o caótico demônio Beetlejuice (Michael Keaton), que dessa vez está sendo perseguido por sua falecida ex-esposa Delores (Monica Bellucci).


Elenco de “Beetlejuice Beetlejuice” (Foto: reprodução/Instagram/@wbpictures)

O retorno de personagens clássicos e novos rostos

O ponto alto da nova aventura do “Besouro suco”, está na química das três mulheres da família Deetz. Catherine O’Hara, Winona Ryder e Jenna Ortega entregam momentos bem cômicos quando estão juntas em cena, as duas veteranas retomam seus papéis como se tivessem acabado de gravar o clássico de 88, principalmente O’Hara que mantém uma leveza cômica que demonstra como sua relação com sua enteada evoluiu. A Lydia de Ryder aparece aqui mais amadurecida, mantendo seu estilo gótico e seu dom para ver fantasmas, dessa vez como mãe de Astrid de Jenna Ortega, a queridinha atual da geração Z, que embora convincente, não consegue se desvencilhar completamente da sombra de sua interpretação de Wandinha.

Michael Keaton, por outro lado, volta ao papel de Beetlejuice com toda a energia caótica que marcou o primeiro filme, dessa vez com mais tempo de tela, roubando a cena em todas as suas aparições, principalmente no inesperado número musical do final. A adição de personagens como o de Willem Dafoe, interpretando um policial estereotipado também trazem um humor único, arrancando risadas em todas as cenas que aparecia.

Apesar das ótimas adições, os vilões, incluindo a ex-esposa de Beetlejuice, interpretada por Monica Bellucci e inspirada na Noiva de Frankenstein, acabam ficando em segundo plano no meio de tantos acontecimentos paralelos do filme, apesar dela ter uma introdução eletrizante.


Jenna Ortega como Astrid Deetz
Jenna Ortega é uma das principais adições ao elenco da sequência (Foto: reprodução/Instagram/@beetlejuicemovie)

Uma vida após a morte aleatória

A ausência do casal original, vivido por Alec Baldwin e Geena Davis, é abordada de forma rápida e convincente, sem comprometer o ritmo da história, e as explicações para eventos do passado ou que ocorreram fora de cena são apresentadas de maneira criativa e com um humor bem característico, dando um toque bem único pro longa.

Tim Burton mantém sua assinatura visual inconfundível, mergulhando os espectadores em um universo de vida pós-morte que é, ao mesmo tempo, original e absurdamente aleatório. As regras desse mundo são tão confusas quanto fascinantes, mas isso não diminui a diversão e a qualidade da trama, muito pelo contrário, apenas aumenta o charme dele, um desses exemplos são os icônicos vermes de areia que voltam à cena, recriados com um visual stop-motion que remete diretamente ao longa original nos anos 80, usando de diversos momentos e referências nostálgicas do filme anterior, mas sem tentar repetir a mesma história.

Conclusão

“Os Fantasmas Ainda se Divertem” é uma sequência que faz jus ao legado do original, misturando o humor e as bizarrices que fizeram o filme clássico ser tão amado. Seria ótimo viver em um mundo no qual os lançamentos de Tim Burton fossem mais frequentes nos dias atuais para que as novas gerações pudessem conhecer e cativar-se com o visual único de suas obras. Com uma direção bem característica dele e um elenco que parece ter gravado ontem mesmo o longa de 88, ele oferece uma divertida viagem ao mundo dos mortos, que consegue ser tão fascinante quanto o primeiro. É uma experiência que vai deixar os fãs novos e velhos satisfeitos e, quem sabe, ansiosos por mais uma visita ao universo caótico de Beetlejuice futuramente.

Nota: ⭐⭐⭐⭐☆

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Redator das editorias de Cinema/TV, Música, Celebridades e Tech, um fã apaixonado de cultura pop e estudante de comunicação social na UNISUAM. (Email: [email protected])