Na Fórmula 1, não é difícil de encontrar no paddock, ou seja, nos bastidores da principal categoria do automobilismo quem tenha trabalhado com Fernando Alonso e que o coloque como um dos melhores pilotos da história da categoria, mesmo com “apenas” dois títulos mundiais e números menos impressionantes se comparados com Lewis Hamilton e/ou com Sebastian Vettel, isso para ficar somente nos pilotos da sua geração.
Completando 41 anos nesta sexta-feira (29) e a algumas provas de se tornar o recordista em número de grandes prêmios (corridas), o espanhol segue tendo sua habilidade respeitada e reconhecida e que não se vive só de glórias no passado: suas performances sido fundamentais para sua equipe, a Alpine, estar a frente da McLaren na classificação e na disputa pelo quarto lugar no campeonato de construtores.
Alonso ainda está andando forte. É o que se viu nas últimas duas corridas, ele esteve no top 6 em duas oportunidades, com o quinto carro mais rápido do grid. Tanto que o heptacampeão mundial, Lewis Hamilton, o apontou como o piloto mais forte com que correu. “É difícil dizer quem foi meu rival mais forte, porque a cada momento em que você está lutando com alguém, você está em um momento diferente da vida. Mas diria que, em termos de ritmo puro, diria que foi Fernando [Alonso], por sua habilidade. Tivemos algumas boas batalhas, e gostaria de ter mais. Tomara que ele continue a correr e que tenhamos mais brigas no futuro” – declarou no final de semana passado quando juntou ao ex-companheiro no seleto grupo de pilotos com 300GPs.
Fernando Alonso em ação no GP São Paulo (Brasil), em 2021. (Foto: Reprodução/Motores)
Neste GP da Hungria, Alonso não só completa 41 anos, como também retorna ao palco de sua primeira vitória na F1, em 2003. E, provando mais uma vez que não se vive apenas de passado, volta ao circuito na capital Budapeste e à pista que segurou Hamilton – muito mais rápido – ajudando na primeira vitória na carreira de seu atual companheiro Esteban Ocon, na última edição, em 2021. Mesmo assim, Alonso ainda não tem vaga garantida no grid do próximo ano.
O bicampeão já deixou claro que quer continuar e a escuderia Alpine também, já deixou claro que está contente com seu desempenho. Mas os franceses possuem um problema para resolver: encontrar um lugar para a jovem promessa Oscar Piasttri, em que o acordo com o time acaba caso ele não esteja no grid no ano que vem. Enquanto isso, eles já têm Esteban Ocon, outro jovem (25 anos) sob contrato.
Piastri foi campeão da F3 e F2, categorias de acesso a F1. Há meses, a Alpine já tenta um acordo com a Williams para emprestá-lo ao time inglês, e o chefe, Jost Caputo, já disse que está é uma possibilidade. Mas, no entanto, o crescimento de Logan Sargeant – novato que vem chamando a atenção na F2 e, ainda por cima, norte-americano diante de um cenário que a Fórmula 1 está mais popular do que nunca nos EUA, também é uma ameaça a este acordo. Afinal, Sargeant é piloto Wiliams.
Por fim, a renovação de Alonso com a Alpine era dada como certa, mas é fácil entender esta reviravolta e como o crescimento de Sargeant pode pesar contra o desejo do espanhol em seguir na F1. No ano passado, ele foi um dos pilotos sondados para substituir Vettel – antes de sua renovação contratual e, agora está novamente cotado para ir para a Aston Martin, devido ao anúncio da aposentadoria do alemão ao fim desta temporada. Talvez esta seja sua única alternativa de permanecer.
Foto Destaque: Fernando Alonso, piloto da Alpine. (Foto: Reprodução/Motorsports)