Na quinta-feira (7), o tenista Rafael Nadal desistiu da semifinal de Wimbledon por conta de uma lesão no músculo abdominal. Com isso, Nick Kyrgios avançou diretamente à decisão; esta é a primeira vez na carreira que o australiano fará uma final de Grand Slam.
O espanhol entrou em quadra para as quartas de final contra Taylor Fritz (EUA) já com o problema e precisou de atendimento durante a partida. Apesar das dores fortes, relatadas por ele, venceu o jogo por 3 sets a 2, com duração de 4h20. Mas, em exames de imagem feitos após o jogo detectaram uma ruptura de 7mm no musculo abdominal. Segundo o jornal espanhol Marca, apesar do problema, o atual número 3 do mundo pretendia jogar, porém após treinar na parte da manhã, Nadal convocou uma coletiva de imprensa e anunciou sua desistência da semifinal.
“Eu não quero entrar na quadra e não ser competitivo o suficiente para jogar o meu melhor. A coisa mais importante para mim é a felicidade, e não um título”, afirmou.
Nadal disse também ter ignorado os pedidos do pai e da irmã para que desistisse do jogo enquanto sofria para se movimentar em quadra e, principalmente, sacar, já que quase não saltava. Na entrevista, ele afirmou não saber como conseguiu buscar a virada em cinco sets nessas condições. O Touro Miúra, com isso, renunciou à chance de conquistar o Grand Slam, ou seja, vencer os quatro ‘majors’ no mesmo ano, pela primeira vez na carreira.
Após mais este episódio difícil, Rafael Nadal voltou a falar sobre aposentadoria. Extremamente abalado, o tenista espanhol disse como tem sido manter sua competitividade com problemas físicos e voltou a falar sobre um possível ponto final na carreira. “A possiblidade de me aposentar ainda está na minha mente”, revelou Nadal durante a coletiva de imprensa que informou sua desistência da semifinal.
“Passei o dia inteiro pensando no que fazer, mas se continuar a lesão vai piorar cada vez mais, me sinto muito triste em dizer isso. Tomei a decisão porque acho que não posso ganhar jogos dessa forma. Não é que eu não possa sacar bem, é também que não posso fazer o movimento normal para sacar. Não posso arriscar ainda mais e passar 2 ou 3 meses fora. Existe uma coisa mais importante do que ganhar Wimbledon: é a minha saúde”, disse.
Os problemas físicos não são exclusividade de hoje. Aos 36 anos, Nadal, tem enfrentado alguns nos últimos anos, mas que não tem o impedido de vencer. Na última conquista de Roland Garros – seu 14º na carreira -, por exemplo, ele chegou a jogar com o pé anestesiado por conta das fortes dores, originadas pela síndrome de Müller-Weiss. O médico, inclusive, chegou a chamar de “milagre” ele conseguir jogar naquelas circunstâncias e ainda com o pé dormente. “O pé, que era o que mais me preocupava, agora está me respeitando” – completou em tom de brincadeira.
Novak Djokovic vibra com vitória e vaga na decisão de Wimbledon. (Foto: Reprodução/GE)
Nesta sexta-feira (8), a outra semifinal do torneio mais tradicional do tênis, Novak Djokovic venceu Cameron Norrie por 3 sets a 1, de virada, parciais de 2/6, 6/3, 6/2 e 6/4. Com isso, o sérvio derrotou o dono da casa, o britânico, para avancar pelo quarto ano consecutivo à grande decisão. Agora, ele está a uma vitória do sétimo título na grama sagrada de Londres e podendo igualar a marca de Pete Sampas.
Dono de seis troféus na quadra central de Wimbledon, o ex-número 1 do mundo tenta o hepta que o colocaria como o segundo maior vencedor da era aberta, atrás apenas de Roger Federer, que é o recdordista de títulos no All England Club, são oito taças conquistadas pelo suico ao longo da carreira, no principal torneio dele.
Para alcançar tal feito histórico, Djokovic terá pela frente Nick Kyrgios, que nem precisou entrar em quadra para avançar a decisão – isso após a desistência de Rafael Nadal. Em dois jogos disputados entre eles, duas vitórias para o australiano. A final acontece domingo (10), às 10h pelo horário de Brasília.
Foto Destaque: Rafael Nadal em coletiva de imprensa onde anunciou sua desistência da semifinal de Wimblebon. (Foto: Reprodução/GE)