Acordo de paz de Donald Trump é criticado pelo Hamas

Hamas rejeita plano de paz de Trump em Gaza, citando desarmamento e ocupação como principais objeções. Líderes do grupo afirmam que o plano serve aos interesses de Israel e ignora o povo palestino.

02 out, 2025
Foto destaque: Jovem se senta em meio aos escombros de um escola em Gaza (Reprodução/Ebrahim Hajjaj/Reuters)
Foto destaque: Jovem se senta em meio aos escombros de um escola em Gaza (Reprodução/Ebrahim Hajjaj/Reuters)

Em entrevista para um jornalista da BBC, um alto dirigente do grupo terrorista Hamas afirmou que eles devem rejeitar o plano de paz em Gaza arquitetado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O plano foi apresentado em uma reunião na Casa Branca na segunda-feira (29) e aceito pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que estava presente na reunião. 

Um dos principais pontos do plano do presidente norte-americano é o desarmamento do grupo terrorista, algo que o alto dirigente do Hamas afirmou que dificilmente aceitará. Até o momento o Hamas não apresentou uma resposta oficial ao plano de paz proposto.

Negociação com o Hamas

Outro ponto que dificulta a aceitação do plano é a presença da  Força Internacional de Estabilização, que é vista como uma ocupação de território. O alto dirigente do grupo afirma que o plano proposto por Donald Trump serve aos interesses de Israel e ignora o povo palestino. 

O comandante militar do Hamas em Gaza, Ez al-Din al-Haddad, estaria decidido a não aceitar o plano de paz e continuar com a luta. A negociação para a aceitação do plano de paz depende de líderes que estão dentro e fora de Gaza e muitos que estão fora têm perdido espaço na negociação por não terem o controle direto sob os reféns que o grupo mantém. Além de líderes do grupo Hamas, outras facções palestinas estão envolvidas na negociação, como o grupo armado Jihad Islâmica Palestina. 


Acordo de paz de Donald Trump é criticado pelo Hamas
Crianças palestinas se protegem de ataques à prédio em Gaza (Foto: reprodução/Ebrahim Hajjaj TPX/ Reuters)

Dentro de Gaza, muitos moradores apoiaram o plano de paz proposto pelos Estados Unidos, mesmo que tenham cláusulas ruins. Para os moradores e jornalistas, a recusa do Hamas seria uma carta branca para Benjamin continuar com a guerra e destruir por completo a região de Gaza.

Israel e Estados Unidos

Apesar da aceitação do plano de paz entre os Estados Unidos e Israel, existem possíveis pontos de discórdia e que podem prejudicar o cessar fogo. Em um mapa de Gaza, divulgado pelo governo norte-americano, aparenta ter uma zona-tampão planejada ao longo da fronteira sul com o Egito. Não está claro se Israel tem envolvimento com essa zona.

Com a recente tentativa de assassinato aos líderes do Hamas pelas tropas israelenses, em resposta aos Estados Unidos, estão sendo levantadas suspeitas de uma retomada das operações militares de Israel após a recuperação do reféns. 

Além disso, Benjamin tem dado sinais de que irá recuar em relação ao plano de paz aceito. Em redes sociais, o primeiro ministro de Israel afirmou que o exercito israelense vai permanecer em algumas regiões de Gaza e que estavam resistentes a criação do estado Palestino.

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