A advogada da influenciadora digital Deolane Bezerra, Adélia Soares, foi indiciada pela Polícia Civil do Distrito Federal essa semana por falsidade ideológica e associação criminosa. As investigações revelam o envolvimento da advogada em jogos ilegais de um grupo chinês dentro do Brasil, esse grupo já movimentou cerca de R$ 2 bilhões de reais com jogos, mas a advogada nega as acusações.
Com mais de dois milhões de seguidores nas redes sociais, Adélia Soares é dona de um escritório de advocacia na cidade de São Paulo e participou, em 2016, do reality show da rede globo, o Big Brother Brasil. Em suas redes, ela afirma ser especialista em contratos e advogada estratégica para soluções jurídicas de influenciadores e artistas.
Acusação de abrir empresa para jogos ilegais
Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, Adélia abriu uma empresa para que um grupo chinês operasse de forma ilegal no país por meio de jogos. Conforme o documento da Junta Comercial de São Paulo, a Advogada é a administradora e representante legal da empresa Playflow, que possui sede na cidade de Suzano, Região Metropolitana do estado de São Paulo.
A investigação começou no Distrito Federal, após um funcionário da limpeza de uma delegacia de Polícia Civil ter sido vítima de fraude. Foi transferido R$ 1.800 dá vítima para a conta bancária da empresa Playflow, essa vítima então prestou queixa e a polícia descobriu como funcionavam os sites de apostas e para onde seu dinheiro teria sido enviado.
O delegado Érick Sallum, que está investigando o caso de Adélia Soares, relatou que ela usou documentação falsa para abrir a empresa, afirmando que para uma empresa estrangeira funcionar no Brasil, existe uma série de regulamentações, e que o contrato precisa ser traduzido por tradutor juramentado, e ter apostilamento da Haia, nada disso aconteceu no caso da empresa Playflow, sendo assim uma empresa de ideologia falsa.
O esquema
De início, o apostador entrava na internet e procurava um site de aposta. Para ele conseguir jogar, fazia o pagamento via pix, então a Playflow recebia essa transferência de dinheiro que era enviado para uma instituição de pagamento.
Depois o grupo criminoso enviava esse dinheiro para uma casa de câmbio, com o intuito de transferir os valores para fora do país, para conseguirem essa movimentação era necessário ter CPFs de brasileiros, o grupo usava dados de pessoas que já morreram, de crianças e até de pessoas que não existem. Conforme o delegado Érick Sallum, foram detectados mais 546 CPFs falsos
Após a investigação, o grupo de chineses envolvido no esquema foi intimado. Segundo o Fantástico, que teve acesso às conversas entre a Polícia Civil e um dos investigados, do caso, ele disse: “Nós contratamos um escritório de advocacia no Brasil. O nome da advogada é Adélia, ela irá entrar em contato com você“.
Reportagem do Fantástico (Vídeo: reprodução/Instagram/@showdavida)
Depois de Trinta Minutos a advogada então manda uma mensagem para o delegado com a intimação e dizendo: “Olá, boa noite, Adelia Soares, advogada, prazer. Motivo do meu contato: vocês estavam em contato com meu cliente”. Na conversa com a polícia, Adélia também foi questionada se ela é dona da empresa Playflow, mas ela negou.
Adélia diz ser vitima de golpe
Segundo o Fantástico, que procurou a advogada Adélia Soares, não houve nenhum retorno de defesa da advogada. Nesta última sexta-feira (13), a equipe de Adélia mandou uma nota para a produção de TV Globo em Brasília, dizendo que as acusações são infundadas, e que ela sofreu um golpe praticado por terceiros, que usaram seu nome de forma indevida e criminosa, também foi complementado que Adélia está ciente dos fatos mencionados, e que já tomou as providências legais cabíveis sobre seu caso.