Amazônia registra pior agosto para queimadas em 26 anos

Ao estado registrou mais de 10 mil queimadas no mês de agosto, superando o recorde de 2021

Isabella Grisolia Rouxinol Por Isabella Grisolia Rouxinol
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Foto Destaque: grupo de brigadistas combatendo incêndio na floresta Amazônica (Reprodução/Instagram/@ibamagov)

O estado da Amazônia registrou o pior agosto em termos de queimadas dos últimos 26 anos. Os dados são do programa BD Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e levam em consideração o monitoramento realizado desde 1998, quando a agência iniciou a série histórica.

Segundo o Inpe, de 1º a 31 de agosto, o Amazonas registrou 10.328 focos de incêndio. Antes, o recorde havia sido registrado em agosto de 2021, quando o estado atingiu 8,5 mil focos de queimadas na região. O número de incêndios em agosto deste ano é quase o dobro em comparação ao mês de agosto no ano passado: 5.474. O problema que já era grave em 2023, agravou-se este ano.

Com base nesse recorde de 26 anos, o governo do estado declarou estado de emergência na última quarta-feira (28). A medida foi tomada em reunião do Comitê de Enfrentamento à Estiagem, devido à pior seca em 44 anos. O decreto de emergência abrange todos os 62 municípios do Amazonas.

Onda de fumaça em Manaus

Com o avanço no número de queimadas no Amazonas, ocorreu mais uma vez uma “onda” de fumaça na capital do estado na semana passada. Este foi o segundo registro do fenômeno durante o ano em Manaus. O problema voltou na segunda-feira (26), e já na terça-feira (27), a fumaça invadiu completamente a cidade, causando má qualidade do ar na maioria das áreas da capital, segundo o Sistema Eletrônico de Monitoramento Ambiental (Selva). A situação também afetou o interior do estado.


Fumaça em Manaus (Foto: reprodução/Instagram/@redeamazonicaoficial)

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente do Amazonas (Sema), uma enorme massa de ar vinda do sudoeste do Brasil chegou a Manaus, trazendo material particulado das queimadas do sul da Amazônia, de estados vizinhos e também de partes da Bolívia.

Seca severa

A Amazônia também vive uma seca severa. Dados da Defesa Civil do estado mostram que o Rio Negro, rio que banha Manaus, atingiu 19 metros neste domingo (1), em Tabatinga, região do Alto Solimões. O rio Solimões está no nível mais baixo da história.

Com essa crise, o governador do Amazonas, Wilson Lima, planejou a integração de mais 85 bombeiros no Corpo de Bombeiros e a partir desta segunda-feira (2), já será iniciada o trabalho da nova equipe.