O governo da Argentina informou, na última sexta-feira (16), que, pela primeira vez em 12 anos, o Estado conseguiu um superávit fiscal no mês de janeiro. Isso ocorre devido às fortes políticas de corte de gastos no país instauradas pelo presidente Javier Milei.
Primeiro superávit mensal em 12 anos
Um superávit ocorre em um país quando a receita gerada pelo governo é maior que as despesas. Em janeiro, a Argentina conseguiu um superávit de US$ 589 milhões, aproximadamente R$ 2,93 bilhões, que não era visto há mais de uma década. Segundo o Ministério da Economia do país, é o primeiro superávit mensal desde agosto de 2012 e o primeiro de um mês de janeiro desde 2011.
O presidente Javier Milei tem como uma das principais metas reduzir até zero o déficit público e, para conseguir chegar na meta, o governo tem revisado subsídios e freado investimentos públicos. A ideia de Milei é reestruturar as reservas internacionais para poder diminuir a crise de desconfiança de investidores estrangeiros e poder reequilibrar o valor da moeda Argentina.
A Argentina está com uma inflação que ultrapassou 250% nos últimos 12 meses, de acordo com o instituto oficial de estatísticas (Indec). O reflexo do desequilíbrio da moeda é observado com os altos índices de pobreza no país: atualmente 45% dos argentinos vivem abaixo da linha da pobreza. Segundo um estudo realizado pelo jornal “Ámbito Financiero”, a projeção a curto prazo é ainda pior: 57,4% da população terá que lidar com a pobreza, mais de 26 milhões de argentinos.
Milei recusa estabelecer um salário mínimo
Ainda na sexta-feira (16), Javier Milei negou a chance de desenvolver um novo salário mínimo que compense a alta inflação anual. A principal central sindical Argentina, CGT, pediu um aumento de 85% no Conselho do Salário Mínimo. O presidente declarou que não acredita que políticos possam escolher o valor do salário mínimo. “Não acredito que um político possa definir um preço à mão. Nem passa pela minha cabeça. Eu vou emitir um decreto fixando um preço?”, afirmou Milei.
O presidente disse que o salário mínimo deve ser algo discutido entre os trabalhadores e empregadores, sem intervenção do governo. O Conselho tentou estabelecer o valor do salário mínimo em 156 mil pesos, cerca de R$928,00, mas não foi aceito.