Após o encerramento da cúpula da OTAN, o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, participou de uma coletiva de imprensa em Washington, nesta quinta-feira (11). Esta foi considerada uma etapa decisiva para o candidato à presidência dos Estados Unidos depois da má performance no debate contra Donald Trump, também candidato, pela CNN. Biden comentou sobre os principais assuntos que regem o mundo, os Estados Unidos, e, principalmente, sua idade.
Desempenho na coletiva
Em uma das raras coletivas de imprensa propostas a fazer, o presidente dos Estados Unidos apresentou um desempenho melhor do que nos últimos eventos em que sua postura foi colocada à prova. Dos muitos assuntos circulados durante a série de perguntas e respostas, os principais foram voltados a saúde de Joe Biden, sua idade e sua capacidade para comandar a maior potência mundial.
Devido às más performances recentes, a postura de Biden e suas palavras na coletiva reafirmaram que o presidente continuará como candidato na corrida presidencial.
Joe Biden declarou que é a pessoa mais qualificada para ser presidente e que irá continuar com sua campanha para a presidência, mesmo com a pressão dos aliados nos últimos dias acerca de sua desistência.
O democrata também disse estar determinado em concorrer além de expressar querer tirar a imagem de que não está pronto para encarar a campanha sem roteiro prévio.
Biden recebeu perguntas excessivas sobre uma possível desistência da candidatura e rebateu dizendo não pretender desistir a menos que sua equipe diga que “não há como vencer” Donald Trump.”Ninguém está dizendo isso. Nenhuma pesquisa diz isso.”, declarou o presidente.
De acordo com o democrata, até o momento nenhuma pesquisa de intenção de voto já o eliminou da corrida mesmo existindo a vantagem republicana na corrida. O presidente também falou na condição de candidato, expressando promessas e interagindo como possível eleito.
Além disso, Biden ainda foi perguntando sobre a suposta redução de sua agenda para dormir mais cedo e sobre possíveis novos exames cognitivos.
“Isso não é verdade […] O que eu disse foi que, em vez de começar todos os dias às 7h e ir para a cama à meia-noite, seria mais inteligente manter um ritmo melhor…é disso que estou falando. Minha agenda está lotada…e no próximo debate, não viajarei 50 fusos horários uma semana antes [como no debate]“, respondeu sobre a questão do descanso ser mais cedo.
Quanto aos exames, Biden disse: “Se me disserem que eu precise fazer outro exame cognitivo, eu o farei. Não sou oposto a fazer caso meus doutores o peçam“. Alfinetando o adversário, Joe Biden também comentou sobre as condições de Trump e disse ser transparente quanto aos seus registros médicos.
Entretanto, apesar do desempenho assertivo na maior parte da coletiva, o atual presidente também cometeu gafes penosas que podem afetar seu discurso de aptidão. Em um momento, Joe Biden confundiu sua vice-presidente, Kamala Harris, com seu adversário Donald Trump ao se enrolar nas palavras e chamá-la de “vice-presidente Trump”.
Em outro, pouco antes da coletiva, Biden se confundiu e chamou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de Vladmir Putin, presidente da Rússia.
O que diz Biden sobre o mundo
As perguntas sobre sua posição a respeito de assuntos do mundo e dos Estados Unidos também foram excessivas. Perguntado sobre uma importante declaração na campanha de 2020, onde afirmava ser a nova ponte entre a nova geração de jovens, Biden respondeu não ter percebido o “quão duro” era o desafio que está tendo que lidar como presidente. Na época, ele apontava não poder disputar um segundo mandato, aos 77 anos. Hoje, o atual presidente disputa aos 81.
O presidente também recebeu perguntas sobre Kamala Harris, sua vice-presidente, como por exemplo se a vice estaria pronta para ser presidente a partir do primeiro dia de mandato. O democrata reforçou o companheirismo e disse acreditar em sua parceira de chapa. Ele também ressaltou que não escolheria Harris se não soubesse de sua capacidade para comandar a nação estadunidense.
Em outras questões, Joe Biden garantiu ser a melhor opção para lidar com a guerra da Ucrânia e atestar o sucesso do país invadido assim como a força da OTAN. Além disso, respondeu sobre a atuação da aliança militar em apoio a Ucrânia dizendo que “Kiev ainda está de pé”.
O presidente salientou estar pronto para lidar com Putin, presidente russo, agora ou daqui há três anos. Quanto a guerra na Faixa de Gaza, o democrata reforçou o desejo de chegar a um cessar-fogo.