Pedido de Bolsonaro é negado e processo de julgamento continua
Com a negativa dos recursos pela Primeira Turma, avança o estágio que antecede a execução das penas impostas a Bolsonaro; estado de saúde como alternativa
Jair Bolsonaro (PL), teve seu pedido de revisão negado de forma unânime pela Primeira Turma do STF, fazendo com que a ação relacionada ao plano golpista avance para a fase final do processo. Com essa decisão, pelo menos quatro cenários distintos passam a se abrir para a execução da pena de 27 anos e três meses de reclusão, a serem cumpridos em Brasília.
Bolsonaro foi sentenciado por comandar uma tentativa de desmontar por meios violentos o Estado Democrático de Direito, configurando tentativa de golpe. Na última sexta-feira (7), os integrantes do colegiado rejeitaram o primeiro recurso protocolado pelos advogados do ex-presidente.
Alternativas para Bolsonaro
Caberá ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo processo que apura a articulação golpista, decidir em qual local Jair Bolsonaro deverá cumprir as penas impostas, assim que o caso for definitivamente encerrado. Especialistas em direito e figuras do meio político apontam quatro caminhos possíveis na capital federal.
Bolsonaro já está em prisão domiciliar (Vídeo: reprodução/Youtube/O Liberal)
A primeira seria prisão domiciliar para dar continuidade do modelo já adotado. Desde 4 de agosto (2025), Bolsonaro permanece sob custódia em sua casa, em Brasília. Também existe a sala de Estado-Maior, ambiente específico e regulamentado, normalmente situado em dependências da Polícia Federal ou em áreas militares, destinado à retenção de autoridades ou oficiais de alta patente.
No presídio comum o cenário em que a punição seria executada no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. Já a instalação militar seria a alternativa que prevê o cumprimento da pena em área das Forças Armadas, semelhante ao regime aplicado ao general Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente.
Saúde pode ser ponto determinante
A prisão domiciliar aparece entre as alternativas mais bem avaliadas em razão do quadro clínico do ex-presidente. Desde 4 de agosto (2025), Bolsonaro cumpre medida em casa e precisou deixar o local em três oportunidades para receber atendimento médico.
Pelo fato de ter ocupado a Presidência da República, discute-se ainda a possibilidade de ele ser mantido em uma área reservada ou em uma dependência especial da Polícia Federal em Brasília como forma de garantir sua integridade e evitar conflitos políticos. Situação semelhante ocorreu com o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que permaneceu custodiado por 580 dias, entre 2018 e 2019, na sede da Polícia Federal em Curitiba.
