Em agosto de 2023, a Venezuela entrou com um pedido para fazer parte do grupo dos países em desenvolvimento, o BRICS. A proposta havia sido encaminhada pelo presidente Nicolás Maduro. Nesta terça-feira (22) a Venezuela ficou de fora da lista de países que podem vir a fazer parte da organização. A decisão foi tomada pela cúpula do grupo, da qual o presidente Lula participa remotamente após acidente doméstico.
O envolvimento do Brasil
Desde que Maduro foi reeleito em uma eleição polêmica, a Venezuela tem passado por uma instabilidade em sua relação com o Brasil. O presidente Lula foi uma das autoridades mundiais que pediram à autoridade eleitoral da Venezuela para divulgar os boletins das urnas.
O presidente brasileiro é alvo de diversas críticas por conta de sua proximidade histórica em relação ao governo venezuelano, porém o episódio das eleições presidenciais venezuelanas forçou um desequilíbrio nas relações entre os líderes.
Segundo uma apuração da TV Globo, a decisão de não incluir a Venezuela como um membro do BRICS foi tomada após uma pressão do governo do Brasil. Não houve a manifestação de um veto oficial, porém a rachadura nas relações entre Lula e Maduro já é de conhecimento dos russos, que são os anfitriões da cúpula do Brics de 2024.
A cúpula
O BRICS atualmente conta com seus países principais, que são Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, porém o Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos começaram a fazer parte no início deste ano.
Na cúpula que acontece na Rússia nesta semana, os líderes dos países membros irão decidir sobre a adesão de alguns países que se aplicaram para serem absorvidos pela organização. A lista de países inclui Belarus, Bolívia, Cuba, Indonésia, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Turquia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
A organização serve como um grupo de colaboração e desenvolvimento para países considerados “em desenvolvimento”. São países que, apesar de apresentarem problemas socioeconômicos, apresentam evolução nos indicadores em comparação com países subdesenvolvidos. Dentre os objetivos do BRICS, destaca-se a ideia da criação de um modelo econômico sem a dependência do dólar como parâmetro de mercado entre as nações do mundo.