Ministério Público da Itália se manifesta a favor de Carla Zambelli

A deputada federal está detida na Itália desde julho por tentativa de fuga após condenação por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça

22 out, 2025
Carla Zambelli em coletiva na Câmara dos Deputados | Reprodução/Lula Marques/Agência Brasil
Carla Zambelli em coletiva na Câmara dos Deputados | Reprodução/Lula Marques/Agência Brasil

A Advocacia Geral da União (AGU) informou que o Ministério Público da Itália se pronunciou sobre a decisão de extradição da deputada federal Carla Zambelli para o Brasil, dando um parecer à favor da decisão. Apesar do parecer positivo, a decisão será analisada pela justiça da Itália, assim como a situação da deputada. A decisão final sobre a extradição e condição de Zambelli será dada pelo governo italiano após as análises.

Em maio, a deputada buscou refúgio na Argentina após o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar ela e o hacker Walter Delgatti Neto. Já em meados de junho e julho, a deputada se refugiou nos Estados Unidos e, posteriormente, se fixou na Itália, onde foi detida por apresentar um “risco de fuga”.

A prisão da deputada

Carla Zambelli, deputada federal pelo PL, está presa na Itália desde o dia 29 de julho, após uma tentativa de fuga ser considerada pelo governo italiano. A deputada foi incluída na lista vermelha da Interpol, que indica as pessoas mais procuradas no mundo. 

Zambelli buscou refúgio no país europeu após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de invasão dos Sistemas do Conselho Nacional de Justiça e falsidade ideológica. Atualmente, ela aguarda a decisão do caso enquanto é alvo de um processo de extradição para o Brasil. Ela está detida na penitenciária feminina de Rebibbia, cidade localizada no nordeste da Itália.

Condenação no Brasil

Em maio, o Supremo Tribunal Federal condenou por unanimidade a deputada pela invasão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e por falsidade ideológica. A denúncia, feita pela Procuradoria Geral da República (PGR), acusou a deputada federal e o hacker Walter Delgatti Neto de produzirem e incluírem dois documentos falsos que colocavam em xeque a legitimidade da justiça nos documentos do Conselho.


Ministério Público da Itália se manifesta a favor de Carla Zambelli
Carla Zambelli em reunião da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (Foto: reprodução/Lula Marques/Agência Brasil)

Na acusação, a PGR afirma que Carla Zambelli teria orientado o hacker Walter Delgatti Neto a invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça para produzir e incluir um falso mandado de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. Esse foi um dos dois documentos falsos que estão incluídos no processo. A deputada foi condenada a 10 anos de prisão pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, enquanto Walter foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão.

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