A carta em defesa da democracia e do processo eleitoral, ultrapassou a marca de 1 milhão de assinaturas

Stefany Carvalho Por Stefany Carvalho
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A carta em defesa da democracia e do processo eleitoral, encabeçada pela Faculdade de Direito da USP ultrapassou na manhã desta sexta-feira (12) a marca de 1 milhão de assinaturas. O manifesto assinado por juristas, empresários, banqueiros, artistas e políticos foi aberto ao público no dia 26 de julho e lido nesta quinta-feira (11) em São Paulo.A data coincide com a leitura de outra carta em defesa da democracia, no mesmo local, em 1977, contra a ditadura militar.


Trecho da carta que foi lida (Foto. Reprodução/Twitter)


Entre os presidenciáveis, Lula, Ciro Gomes, Simone Tebet, Felipe D’Ávila e Soraya Thronike apoiaram o manifesto; Jair Bolsonaro não assinou.

Além do manifesto encabeçado pela Faculdade de Direito, outra carta – essa assinada por mais de 100 entidades empresarias e sindicais – foi lida no Largo São Francisco.

Além da leitura das cartas, atos em defesa da democracia e do processo eleitoral foram realizados em pelo menos 22 capitais brasileiras.

 Mesmo não tendo sido citado, Jair Bolsonaro – que não assinou o manifesto – disse que a carta que defende é a Constituição.

Lula também foi às redes sociais e afirmou que defender a democracia é defender o direito a uma alimentação de qualidade, um bom emprego, saúde e educação. Segundo ele, esses fatores são fundamentais para recuperar o Brasil.

Ciro Gomes, do PDT, afirmou que o evento na Faculdade de Direito da USP é “um momento de união de diferentes setores contra os recorrentes ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral e ao próprio regime democrático”.

Simone Tebet, do MDB, escreveu que “a sociedade levanta sua voz em defesa da democracia”, a qual defende, e pediu “tolerância, paz e respeito”.

Quatro representantes foram escolhidos para ler a carta: Eunice de Jesus Prudente, professora da Faculdade de Direito da USP; Maria Paula Dallari, professora da Faculdade de Direito da USP; Flavio Bierrenbach, ex-ministro do Superior Tribunal Militar (STM); e Ana Elisa Bechara, vice-diretora da Faculdade de Direito da USP.

O manifesto de 2022 tem inspiração num documento de 1977, também elaborado no Largo São Francisco e lido em 11 de agosto daquele ano. A faculdade trata a data como um aniversário: em 11 de agosto de 1827, foi promulgada a lei que criou os primeiros cursos jurídicos do país, em São Paulo e Olinda. O centro acadêmico também é batizado com o 11 de agosto.

Mas a principal motivação da carta elaborada durante a ditadura militar foi a denúncia da “ilegitimidade” do regime. A manifestação de 2022 busca rememorar o “espírito cívico” reunido em 1977.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem se referido ao documento como “cartinha”. O termo foi usado por ele, por exemplo, durante um almoço com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), na segunda-feira (8). Bolsonaro afirmou que o objetivo do manifesto é “voltar o país às mãos dos que fizeram uma ofensa conosco”, em referência aos governos do PT.

O documento defende o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas, que vêm sendo atacados por Bolsonaro. “Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral”, diz trecho.

 

Foto destaque: Ato em defesa da democracia em São Paulo (Foto. Miguel Schincariol/Instagram) 

 

 

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