Alexandre Pires é investigado pela PF por garimpo ilegal

Magda Costa Por Magda Costa
4 min de leitura

O cantor Alexandre Pires foi alvo de busca e apreensão, na última segunda-feira (4), em uma decorrência da Polícia Federal, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro que envolve a exploração ilegal de minérios na Terra Indígena Yanomami. A Operação que recebeu o nome de “Disco de Ouro”, investiga um esquema de financiamento e logística de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, onde o grupo teria movimentado cerca de R$ 250 milhões.

Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima e a polícia esteve no apartamento do cantor Alexandre Pires em Itapema, no Litoral Norte de Santa Catarina, na manhã desta segunda-feira. (4). Segundo a apuração da NSC, nenhum material foi encontrado.


Operação Disco de Ouro tem o objetivo de desarticular esquema de financiamento ao garimpo ilegal na Terra Yanomami. (Foto: reprodução/ PF)


Lavagem de dinheiro

De acordo o inquérito, Alexandre Pires é investigado por ter recebido pelo menos R$ 1.382,000 de uma empresa que atua com garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, e teria recebido no total R$ 357 mil em sua conta pessoal e mais R$ 1.025.000 em uma conta jurídica.

Para a PF, o recebimento dos dois valores por Alexandre Pires causou estranheza e pode ser um indicativo de lavagem de dinheiro. O procedimento do inquérito realizado pela equipe da PF tenta identificar se o cantor fazia parte do esquema que movimentou R$ 250 milhões.

A diligência supostamente aconteceu no navio em que o cantor se apresentava, em Santos, litoral Paulista. Quando procurada, a assessoria de imprensa do músico ainda não retornou os contatos até o momento.


Alexandre Pires, durante apresentação em um cruzeiro, em Santos. (Foto: reprodução/O Globo)


Empresário musical e núcleo de crimes

O empresário musical Matheus Possebon, que gerencia a carreira do cantor e Christian Costa dos Santos, que atua com garimpo ilegal em Roraima, foram presos. Matheus, teria sido apontado como um dos responsáveis pelo núcleo financeiro de crimes.

Em janeiro de 2022, a PF deflagrou 30 toneladas de cassiterita extraída da Terra Indígena Yanomami que estavam depositadas na sede de uma empresa investigada e estariam sendo preparadas para serem expedidas ao exterior. De acordo o inquérito policial, o minério seria declarado como nativo de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba/PA, e mais tarde transportado para tratamento em Roraima.

O que é cassiterita?

Cassiterita é um metal usado para produzir ligas como as folhas de flandres, utilizadas na fabricação de latas de alimentos, no acabamento de carros, na fabricação de vidros e até na tela dos celulares.

Mandados e buscas de apreensão

Segundo os investigadores, o sistema ocorreria somente no papel, já que o minério é originário do próprio estado de Roraima.

Em uma nota, divulgada pela corporação, foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema e contavam com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas, equipamentos para a mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas.

Até o momento, foram executados dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima, em Boa Vista e Mucajaí, em Roraima, além de São Paulo e Santos, Santarém, Uberlândia e Itapema. As investigações seguem em andamento.

 

Foto destaque: Alexandre Pires. (Reprodução/Instagram/@alexandrepires_)

Deixe um comentário

Deixe um comentário