Brasil envelhece uma década, como sequela da pandemia

Sofia Rojas Barbosa Por Sofia Rojas Barbosa
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O jornal O Globo realizou pesquisa que aponta como a pandemia afetou o brasileiro de forma integral e profunda; questões como saúde mental e o medo da covid-19, foram colocados “em segundo plano”, se analisado todo o quadro pós pandêmico.


 

                                                           Foto/Reprodução: EcoDebate.


Ana Amélia Camarano, pesquisadora do instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, apresentou em cálculo que revela que graças ao número alto de mortos na pandemia, a redução populacional foi antecipada, redução que estava prevista para o fim da década. Esse “encolhimento” da população ocorreria, supostamente, no fim de 2030, porém o peso causado pelas mortes precoces acelerou isso, além disso, é previsto que um em cada quatro brasileiros será idoso em 2040 (+60).

O estudo afirma que desde o ano de 2000 a taxa de natalidade está abaixo do ideal para fazer reposição populacional, que fecharia em 2,1 filhos por mulher, e isso é um dos motivos para a diminuição supracitada. Em números, é possível analisar que a baixa em mulheres tendo filhos nos últimos anos, sendo que a média entre os anos de 1940 e 1960 era de 6,2 filhos por mulher, caiu para 1,7 filho por mulher. Um dos efeitos da pandemia foi justamente essa realidade de menos filhos, e mais mortalidade materna, calculando-se em sete vezes maior que a média mundial, logicamente fazendo a população encolher de maneira drástica.

 

O médico gerontólogo Alexandre Kalache acredita que o Brasil deve pagar um preço alto, já que pessoas doentes, com incapacidades e carentes de maneira geral, estão sendo acumuladas e sem saber quem irá cuidar delas.

 “Países desenvolvidos primeiro enriquecem para poder envelhecer. As pessoas serão na velhice o produto de tudo que aconteceu na sua vida antes e nós estamos envelhecendo com pobreza e crescente desigualdade”, disse o médico.

O jornal O Globo expôs na mesma pesquisa que, por conta da crise econômica, não seria possível erradicar a miséria daqui a 20 anos, nem ter a totalidade dos adolescentes nos ensinos médio e superior.

 

Foto em Destaque: Homenagem às mais de 600 mil pessoas que morreram no Brasil devido à covid-19. Foto: Reprodução/ EPA/Andre Coelho.

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