Nesta segunda-feira (11), o Brasil inicia os trabalhos na presidência do G20, e as reuniões acontecerão no Palácio do Itamaraty. Em um movimento histórico, o Brasil quer alinhar as duas trilhas de trabalho do grupo, Finanças e Sherpas, em uma reunião simultânea.
Presidente Lula junto a outros líderes mundiais no encerramento do mandato indiano no G20 (Foto: reprodução/Evan Vucci/Pool/AFP)
Planejamento
O governo brasileiro recebeu a presidência do G20 após o mandato indiano, e propõe nessa reunião inicial apresentar a agenda das próximas reuniões, além de introduzir os três principais pilares de sua gestão: reforma da governança global, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e combate à fome e à pobreza.
Vale a pena ressaltar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva possui histórico positivo no combate à fome e à pobreza, sendo o responsável pelo sucesso de programas como Bolsa Família e Fome Zero, que tirou o Brasil do Mapa da Fome em 2014. Espera-se que essa experiência seja aproveitada nos debates.
A Trilha de Sherpas, formada pelos emissários escolhidos pessoalmente pelos líderes dos países membros, se reunirá nos dias 11 e 12 de dezembro e é responsável por supervisionar as negociações. O nome é dado em homenagem ao povo da etnia Sherpa, que habita nas regiões montanhosas do Nepal e são os responsáveis por guiar os que tentam chegar ao topo do Himalaia. Sem eles, as pessoas se perderiam.
No dia 13, as duas trilhas se encontrarão com o presidente Lula, que visa defender o diálogo e a união das trilhas. Para encerrar esse primeiro momento, nos dias 14 e 15 será a vez dos representantes dos bancos nacionais e representantes dos ministérios de Finanças de cada país, para debater o viés econômico dentro do G20.
Presidente Lula encerra discurso no G20 (Foto: reprodução/Ricardo Stuckert/PR)
Presidência brasileira
O Brasil se mantém na presidência do bloco até novembro do ano que vem, quando realizará a Cúpula de Líderes do G20, onde o trabalho do ano será apresentado. Durante 2024, 130 reuniões se realizarão em território brasileiro, distribuídas entre 13 estados das cinco regiões.
O governo Lula incorpora suas principais metas ao G20, incluindo o diálogo com nações tidas como menos relevantes no cenário geopolítico internacional, e traz como convidados Angola, Egito, Nigéria, Espanha, Portugal, Noruega, Emirados Árabes Unidos e Singapura, grupo com três países africanos e dois países asiáticos.
Além disso, Lula já afirmou que defenderá que os órgãos financeiros transnacionais busquem apoiar os países subdesenvolvidos, sobretudo na área de infraestrutura.
Foto destaque: Narendra Modi, primeiro-ministro indiano, passa a presidência do G20 para o presidente Lula durante a 18ª Cúpula do G20. (Reprodução/Ricardo Stuckert/PR)