Pinarayi Vijayan, ministro-chefe de Kerala, estado no sul da Índia, disse em comunicado em suas redes sociais nesta quinta-feira (14), que o vírus Nipah foi detectado no distrito de Kozhikode e pediu cautela aos moradores e que sigam as diretrizes de segurança do departamento de saúde. Duas pessoas morreram devido ao vírus, causador de uma doença rara, mas muitas vezes mortal, e que fechou escolas. Desde 2018, este é o quarto surto do vírus no estado.
De acordo com a ministra da saúde de Kerala, Veena George, mais de 700 pessoas tiveram contatos próximos com o vírus e serão testadas para evitar a propagação. Destes 700, 77 são considerados de alto risco e pediu que permanecessem em casa e monitorizem sua saúde.
O vírus
Vírus Nipah volta a atingir indianos. (Foto: reprodução/OGlobo)
Nipah é um vírus zoonótico, ou seja, transmitido de animais para humanos, mas alimentos contaminados também podem transmitir, além de diretamente entre as pessoas. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, seus sintomas podem ser inicialmente dor de cabeça e sonolência, e rapidamente se transformam em um coma. A doença também pode causar a falta de fornecimento de oxigênio ao corpo pelos pulmões – síndrome respiratória aguda – e uma inflamação do cérebro chamada encefalite fatal. Infelizmente, não existe vacina e o tratamento é limitado a cuidados de suporte.
Os surtos em Kerala
O vírus surgiu pela primeira vez na Malásia, em 1998, deixando mais de 100 mortos e 300 infectados. Para impedir a propagação, mais de um milhão de porcos foram sacrificados na época.
Em 2018, o estado teve um surto mortal de Nipah, quando o vírus matou 17 pessoas e causou pânico generalizado. Na época, mais de 230 pessoas foram testadas e um dos mortos era uma enfermeira de um hospital que cuidava dos pacientes.
Um ano depois, em 2019, um homem foi diagnosticado com o vírus e mais de 300 pessoas ficaram sob supervisão, mas sem vítimas fatais. O último surto foi em 2021, quando um menino de 12 anos faleceu.
Foto destaque: vírus Nipah ataca causa dores de cabeça, síndrome respiratória aguda e encefalite fatal. Reprodução/Getty Images/Metropoles