Após vazamento de telefonema em que o investigado Milton Ribeiro cita o nome de Jair Bolsonaro, simpatizantes do presidente tentam minimizar o ocorrido através de estratégias de cautela. Os ajudantes do presidente tentam estancar a possível criação de uma nova CPI para investigar se há irregularidades no MEC, com o intuito de descobrir se as informações da PF foram vazadas.
Na última quarta-feira (22) o ex-ministro da educação, Milton Ribeiro foi preso após investigação da Policia Federal. O inquérito que aponta Milton Ribeiro como acusado, apura o envolvimento de Milton em tráfico de influência e pagamento de propinas, contendo dois pastores com aproximação do governo.
Na chamada em que o presidente é citado, o ex-ministro conversa com sua filha e diz que Bolsonaro desconfia que a Policia irá fazer uma busca e apreensão em sua residência. No trecho interceptado pela PF, Milton diz “Ele acha que vão fazer uma busca e apreensão em casa”, referindo-se ao presidente.
Ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro alvo das investigaões da Polícia Federal é preso nesta quarta-feira (22). (Foto: reprodução/Jovem Pam)
Apoiadores de Bolsonaro buscam nesse momento como prioridade, impedir o início de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para averiguar as suspeitas irregularidades no MEC. Até o momento, os que participam da oposição conseguiram coletar 27 assinaturas, o número mínimo requerido para dar andamento as investigações. Para a abertura ds CPI da Covid, onde o governo Bolsonaro foi o epicentro das apurações, foi necessário requerimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) para a criação da Comissão, após o pedido ser protocolado no Senado. Estima-se que o mesmo deva ser feito pelos opositores caso seja negado o pedido.
A Polícia Federal tem como próximo objetivo apreender o telefone móvel do ex-ministro afim de encaminhar para perícia, atuando na identificação do registros de chamadas. A PF busca compreender se de fato ocorreu um vazamento de informações do inquérito entre as ligações. Durante as apurações a Policia Federal gravou 1.768 ligações de áudio.
Segundo o advogado que cuida da defesa do presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, nas palavras ditas ao Globo, ele alega que o superior não tem nenhum envolvimento e nem ciência de informações confidenciais. “O presidente não tem nenhuma informação sobre nenhuma investigação. Se o ex-ministro usou o nome do presidente Bolsonaro, usou sem seu conhecimento, sem sua autorização, ele que responda. Compete ao ex-ministro explicar o que ele fala.”
Foto destaque: Presidente Jair Bolsonaro ao lado do ex-ministro da educação Milton Ribeiro. Reprodução/Política Estadão.