Em meio a protesto a favor do agora futuro ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), em Jundiaí (SP), estudantes vivem momento de pânico.
Tudo aconteceu ontem, quinta-feira (3). O ato acontecia em frente ao quartel do Exército, no 12º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), onde em frente a ele passou um ônibus escolar com alunos de 14 a 17 anos, mais precisamente na avenida 14 de dezembro da Vila Rami. Os alunos de dentro do veículo teriam, aos gritos, ofendido Jair Bolsonaro e feito críticas aos protestos ocorridos no local. Enfurecidos, os manifestantes tentaram por sua vez, entrar no ônibus a todo custo, mas antes conseguiram agredir de longe alguns alunos, utilizando pedras e ferindo-os com cortes leves por estilhaços de vidro.
Imagens e vídeos do ocorrido mostram a confusão. O momento abaixo capta a invasão dos manifestantes no ônibus, sendo constatado diversas ofensas por parte deles aos estudantes que estavam coagidos e encurralados. Já o motorista pouco podia fazer, visto a gravidade da situação e provavelmente teve que deixá-los entrar com medo de quebrarem o ônibus e arremessarem mais objetos.
Momentos de tensão entre alunos e manifestantes bolsonaristas em Júndaí, SP (Reprodução/YouTube)
“Depois de terem mirado a pedra em mim, eles bateram muito no ônibus e devem ter forçado o motorista para entrar. Não tem como julgar o motorista, mas acho que ele foi coagido, acho que ele abriu a porta depois de gritarem com ele. Nessa eles começaram a intimidar a gente: ‘Fala agora! Fala do Lula de novo! ‘E foram intimidando gente que nem tinha falado nada e só estava sentado no ônibus seguindo viagem e querendo ir embora depois de mais um dia de aula”, conta Vitor, um dos adolescentes feridos na ocasião.
Os alunos eram da escola técnica ETEC Vasco Antônio Venchiarutti da região, essa que optou por suspender as aulas de hoje sexta-feira em meio à toda situação. Por relatos das vítimas, a polícia não interferiu na confusão e apenas passado o momento de crise optou por aconselhá-los a irem junto ao motorista prestar queixa e realizar o corpo de delito.
“Eles não fizeram nada. Nada, nada mesmo. Só depois que viram que eu estava sangrando que vieram falar comigo e com o motorista. Eles disseram que, se o motorista quisesse fazer um boletim de ocorrência, eu teria que ir junto porque ia ter que fazer corpo de delito, mas foi só.”
Tais manifestações acontecem desde o último domingo, com a conquista à presidência do futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e seus opositores não devem sossegar tão cedo. Infelizmente para todos, não é o primeiro relato de agressões em manifestações como essa e parece não ser o último.
Foto Destaque: Adolescente agredido por bolsonaristas. Reprodução/g1