Durante a madrugada desta sexta-feira (12), os Estados Unidos e o Reino Unido realizaram manobras de bombardeio contra o grupo rebelde Houthis, no Iêmen, um evento que foi ouvido na capital Sanaa e nas cidades em redor. É uma retaliação contra ataques que embarcações vem sofrendo desde o fim de 2023, e mais em específico contra o ataque do dia anterior, que utilizou drones e mísseis.
“Estes ataques são uma resposta direta aos ataques houthi sem precedentes contra embarcações marítimas internacionais no Mar Vermelho – incluindo o uso de mísseis balísticos antinavio pela primeira vez na história,” afirmou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Os ataques do grupo Houthis tiveram como alvo embarcações no Mar Vermelho, onde se localiza uma das principais rotas marítmas de comércio global, conectando a Europa e a Ásia. Tratou-se do maior ataque desde quando o grupo começou as tentativas de ataque, em 19 de novembro do ano passado.
O mar vermelho possui uma das principais rotas marítimas globais. (Foto: reprodução/g1)
Vinte e seis ataques
No total, o grupo Houthis já realizou 26 ataques no Mar Vermelho. Neste o último, os Estados Unidos disse que foram abatidos:
- 18 drones;
- 2 mísseis antinavio (de cruzeiro);
- 1 míssil antinavio (balístico).
“Tomaremos as medidas necessárias para proteger vidas inocentes e a economia global,” afirmou o ministro da Defesa britânico Grant Shapps, anunciando que o grupo militante “arcará com as consequências.“
Ainda de acordo com os Estados Unidos, é possível que o Irã esteja envolvido com os ataques realizados nas últimas semanas.
Protesto contra Israel
De acordo com relatos divulgados, os ataques sem precedentes do grupo Houthis foram iniciados em protesto à guerra de Israel e Hamas, aproximadamente um mês depois do início do conflito, no começo de outubro. A interrupção do comércio entre a Europa e a Ásia por essa rota comercial, também conhecida como o Canal de Suez, corta cerca de 15% do tráfego marítimo mundial.
Até o momento, os integrantes do Houthis no Iêmen afirmaram que apenas cessariam os ataques às embarcações caso Israel interrompa o conflito em Gaza – e que caso os Estados Unidos interviesse, os drones e mísses seriam direcionados também às forças estadunidenses. A proclamação causa medo de especialistas de que a guerra Israel-Hamas possa se expandir para além da região.
Foto destaque: vista do disparar de mísseis no Mar Vermelho (Reprodução/Reuters/Ministério da Defesa do Reino Unido)