A Câmara Municipal do Rio de Janeiro anulou o mandato do ex-PM Gabriel Monteiro (PL). Monteiro perde seu mandato após uma sequências de denúncias de estupro e assédio moral e sexual.
Foram 48 votos a favor da cassação e dois contra — sendo um deles o do próprio Monteiro. O único a votar junto com ele foi o vereador Chagas Bola (União), substituto do ex-vereador Dr. Rogério Amorim.
Durante sua defesa, Monteiro disse que iria “se acusar antes de se defender”. Monteiro também disse que é uma “pessoa disposta a aprender”. Como apelo, enunciou: “Encerrar meu mandato é decretar, para minha honra e minha moral, a minha morte. Por mais que seja estranho, eu tento fazer o bem”.
No pedido de anulação, o vereador Chico Alencar (PSOL), relator do processo no Conselho de Ética, alega que Monteiro cometeu “atos incompatíveis com o decoro parlamentar”.
Cassação de Gabriel Monteiro é publicada no Diário Oficial da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/ Diário Oficial da Câmara de Vereadores do Rio)
Em resumo, as atitudes de Gabriel Monteiro que ferem a ética, de acordo com Alencar, são:
• Filmagem e armazenamento de vídeo em que o mesmo pratica sexo com adolescente;
• Exposição vexatória de crianças, por meio da divulgação de vídeos manipulados;
• Exposição vexatória, abuso e violência física contra pessoa em situação de rua;
• Assédio moral e sexual contra assessores do mandato;
• Perseguição a vereadores com a finalidade de retaliação ou promoção pessoal;
• Uso de servidores de seu gabinete parlamentar para a atuação em sua empresa privada;
• Denúncias contundentes de estupro por quatro mulheres que relatam o mesmo modus operandi.
O relatório afirma que Monteiro usava seu mandato para obedecer a uma lógica própria, “dependente do tipo de atuação exibicionista e sensacionalista adotada por ele”.
Como os processos a que responde ainda não foram julgados, Monteiro segue sendo “ficha limpa”.
Foto destaque: Gabriel Monteiro (Foto: Reprodução/Twitter)