O governo do presidente da República Jair Bolsonaro está se preparando para pagar a maior parcela das dívidas que o Brasil tem com os órgãos internacionais, segundo o que informou um interlocutor do Itamaraty. No total de R$5 bilhões que precisam ser quitados pelo governo brasileiro, cerca de R$4 bilhões serão liberados para o pagamento. O chanceler Carlos França conversou com a área econômica e conseguiu essa liberação, e assim, impede que o país perca espaço e votos.
Instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização Mundial do Comércio (OMC), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), precisam ser pagas.
Sede europeia da ONU. (Foto: Reprodução/Partiu Intercâmbio)
Essas informações foram divulgadas pelo coordenador técnico do Gabinete de Transição para o novo governo, Aloizio Mercadante, no início do mês de dezembro. Aloizio foi escolhido pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva para presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e ele confirmou que no Orçamento de 2023 não há espaço para que todas as dívidas sejam pagas.
O futuro chanceler do presidente eleito, afirmou na semana passada, em uma entrevista ao jornal O Globo, que espera que o atual governo pague as dívidas até o fim de dezembro, e segundo uma fonte, ele teria convencido o colega de esplanada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, a liberar o valor maior do total da dívida.
Quando as dívidas aos órgãos internacionais não estão em dia, o Brasil pode ser excluído do organismo por inadimplência e perder espaço político e no caso da ONU, se algum país dever dois anos ou mais nas contribuições regulares, pode perder o direito ao voto. Para evitar essa situação, o governo de Jair Bolsonaro tem pagado algumas parcelas, como as pagas no fim de 2020, em que o governo fez um crédito suplementar (remanejamento) de R$3,3 bilhões para pagar as obrigações com a Organização das Nações Unidas e a Organização dos Estados Americanos (OEA).
Foto destaque: Ministério da Economia. Reprodução/Suno.