O hacker Walter Delgatti entrou no Ministério da Defesa usando máscara a pedido dos militares para não ser reconhecido, segundo informou seu advogado, Ariovaldo Moreira, ao blog de Andréia Sadi.
Visitas ao Ministério teriam sido a pedido de Bolsonaro
Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, o hacker disse que teve conversas dentro do Ministério da Defesa em 2022, e que suas idas até lá teriam sido encaminhadas pelo então presidente Jair Bolsonaro. De acordo com Delgatti, o assunto das reuniões era a elaboração de um relatório feito pela pasta que colocaria em dúvida a confiabilidade das urnas eletrônicas. A Polícia Federal revelou que o hacker admitiu ter estado no Ministério cinco vezes.
Walter Delgatti sendo levado pela Polícia (Foto: reprodução/André Borges/Metrópoles)
Durante sessão nesta quinta-feira (24), a CPMI dos Atos Golpistas aprovou o requerimento das imagens de câmeras de segurança do Palácio da Alvorada e do Ministério da Defesa, com o objetivo de confirmar as alegações feitas por Delgatti. Entretanto, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, recebeu o informe de que essas imagens não existem.
Hacker já citou Bolsonaro outra vez em seu depoimento
Essa não é a primeira vez que Walter cita o ex-presidente e o acusa de envolvimento direto em tramas para pôr em xeque a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro. Também em fala para a CPMI dos Atos Golpistas, o hacker, que recentemente foi condenado há 20 anos de prisão, revelou que se reuniu com os assessores de campanha de Bolsonaro e, posteriormente, com ele próprio.
No entanto, na ocasião, as acusações foram outras. Segundo Delgatti, ele foi procurado pela equipe do ex-presidente para criar um código-fonte falso, a fim de sugerir uma vulnerabilidade das urnas eletrônicas. Bolsonaro ainda teria prometido um indulto, ou seja, um perdão presidencial para caso o hacker fosse preso por qualquer ação contra as urnas.
Foto destaque: Walter Delgatti Neto em depoimento à CPMI dos Atos Golpistas. Reprodução/Edilson Rodrigues/Agência Senado.