No último sábado (7), o grupo islâmico Hamas realizou um ataque surpresa em Israel, que resultou em um grande número de vítimas fatais, sendo classificado como um dos maiores ataques dos últimos anos. Ao assumir a responsabilidade pela ofensiva, o Hamas declarou que estava dando início a uma ação com o objetivo de expandir seu território.
Contra-ataque de Israel contra o Hamas (foto:reprodução/Ilia Yefimovich/Picture Alliance/Getty Images/CNN Brasil)
Ataque surpresa
Milhares de foguetes foram lançados a partir de Gaza em direção a Israel, enquanto militantes armados conseguiram superar as sofisticadas barreiras de alta tecnologia que circundam a região, desencadeando ataques por terra e fazendo reféns. Além disso, combatentes também conseguiram entrar em Israel pelo mar.
No festival de música eletrônica em Israel, jovens foram alvo de um ataque terrível, resultando na descoberta de pelo menos 260 corpos no local. A família do brasileiro Ranani Glazer, que estava desaparecido desde sábado no país, confirmou sua morte na segunda-feira (09).
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou uma resposta enérgica e declarou que os palestinos enfrentariam sérias consequências pelo ataque. Ele também enfatizou que a resposta de Israel em relação a Gaza teria um impacto significativo no Oriente Médio.
Mais de 70 anos
A tensão entre Israel e Palestina é uma questão complexa que abrange aspectos políticos e religiosos, e essa situação perdura há mais de sete décadas, resultando em um grande número de vítimas mortais em ambos os lados.
Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou uma proposta para a criação de dois estados na região: um estado judeu e um estado árabe. Conforme o plano, os judeus seriam alocados em Israel, enquanto os palestinos receberiam as regiões de Gaza e Cisjordânia. Os árabes não aceitaram o acordo proposto pela ONU, argumentando que ficariam com as terras menos produtivas. No entanto, em 1948, o estado de Israel foi estabelecido, o que provocou indignação no lado palestino e culminou na Guerra árabe-israelense de 1948.
Gaza foi inicialmente ocupada pelos egípcios. No entanto, em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, Israel assumiu o controle da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, que abriga locais religiosos significativos para judeus, árabes e cristãos. O conflito entre israelenses e palestinos se estendeu ao longo dos anos, marcado por diversos episódios de tensão. Em 1987, eclodiu a primeira Intifada, que foi uma revolta dos palestinos contra as tropas israelenses.
Em 1993, os Acordos de Oslo levaram à criação da Autoridade Nacional Palestina (ANP), que assumiu a administração política dos territórios palestinos. No entanto, Israel só retirou suas forças da região da Faixa de Gaza em 2005.
Em 2012, a ONU concedeu à Palestina o status de Estado-observador permanente, reconhecendo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia como parte desse status.
Houve, ao longo do tempo, diversas tentativas internacionais para chegar a acordos de paz na região que tiveram resultados limitados ou fracassaram, mantendo assim a complexidade do conflito israelense-palestino. O Hamas, grupo palestino, não reconhece o Estado de Israel e busca a incorporação do território israelense à Palestina.
Foto Destaque: Foquetes atacando Israel disparados pelo Hamas. Reprodução/REUTERS/Amir Cohen/CNN Brasil.