Os Estados Unidos parabenizaram Lai Ching-te por sua vitória nas eleições em Taiwan no último sábado (13). O presidente Joe Biden destacou à imprensa que não apoiam a independência de Taiwan, reafirmando a posição norte-americana em relação à ilha, considerada pela China como parte de seu território.
Eleições taiwanesas
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, também expressou suas felicitações ao presidente eleito e à população taiwanesa, elogiando o “sólido sistema democrático” da região. Ele afirmou o comprometimento dos Estados Unidos com a manutenção da paz e estabilidade no Estreito de Taiwan, buscando resolver diferenças de forma pacífica, livre de pressões e coerção.
Blinken expressou o desejo de trabalhar com Lai Ching-te no futuro, visando promover interesses e valores compartilhados, mantendo uma relação não oficial consistente com a posição dos EUA. Destacou ainda que a parceria entre os povos americano e taiwanês, baseada em valores democráticos, continua a se expandir e aprofundar através dos laços econômicos, culturais e entre as populações.
Taiwan, apesar da reivindicação da China, tem sido um exemplo de sucesso democrático desde a primeira eleição presidencial direta em 1996, marcando o fim de décadas de luta contra o regime autoritário e a lei marcial. Os Estados Unidos, principal apoiador e fornecedor de armas para Taiwan, mantêm relações informais com a ilha.
Lai Ching-Te, o candidato eleito à presidência do Taiwan (foto: reprodução/Ann Wang/REUTERS)
Conflito com a China
O governo dos Estados Unidos, preocupado com possíveis conflitos com Pequim, busca suavizar as relações com a China. Biden, inclusive, concordou em discutir diferenças em questões de segurança com o presidente chinês, Xi Jinping, em uma cúpula na Califórnia em novembro.
Em resposta a eventuais pressões da China sobre o novo presidente taiwanês, o governo dos EUA planeja enviar uma delegação não oficial para a ilha autônoma, como sinal de apoio. Embora os nomes ainda não estejam finalizados, é provável que a delegação inclua ex-funcionários norte-americanos de alto escalão. Essa iniciativa reflete a preocupação histórica da China, que se acentuou em 2016, quando Donald Trump, então presidente eleito, conversou por telefone com a presidente taiwanesa Tsai Ing-wen, gerando tensões diplomáticas.
Foto destaque: Joe Biden (reprodução/Mandel Ngan/AFP)