Lula não irá indicar nomes para STF e PGR com base em cor e gênero

Alice Accioly Por Alice Accioly
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta segunda-feira (25), declarou em coletiva de imprensa que não tem pressa para indicar nenhum nome para o Supremo Tribunal Federal (STF) e para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Lula ainda destacou que cor e gênero não serão critérios adotados para escolher as pessoas que ocuparão essas cadeiras de prestígio. Ele deve indicar nos próximos dias substitutos de Rosa Weber (STF) e Augusto Aras (PGR).

Declarações

O petista falou com a imprensa depois de sua reunião com o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Mihn Chinh, no Palácio do Itamaraty: “No momento que eu tiver que tomar a decisão, vocês podem ficar tranquilos que eu vou anunciar para vocês: ‘Escolhi a pessoa certa para colocar no lugar’. Mas eu não tenho pressa”, afirmou o presidente da república. 

Lula disse, ainda, que o critério não será mais gênero. “O critério não será mais esse [gênero]. Eu estou muito tranquilo, por isso que eu tô dizendo que eu vou escolher uma pessoa que possa atender aos interesses e expectativas do Brasil. Uma pessoa que possa servir o Brasil. Uma pessoa que tenha respeito com a sociedade brasileira. Uma pessoa que tenha respeito, mas não medo da imprensa. Uma pessoa que vote adequadamente sem ficar votando pela imprensa”, declarou o presidente.

Pressão para ministra negra no STF

Em agosto, a Coalizão Negra Por Direitos, organização composta por mais de 200 grupos do movimento negro, divulgou uma campanha de alcance internacional para chamar atenção para a ausência de uma ministra negra em 132 anos de STF. Ao longo desses anos, cerca de 167 indivíduos passaram pelo Supremo Tribunal Federal, porém, nunca uma mulher preta foi indicada ao cargo. Além disso, somente três mulheres conseguiram chegar ao mais alto cargo do sistema judicial brasileiro. 


Campanha por jurista negra no STF chega na Times Square, em Nova York. (Reprodução/ Folha de S.Paulo)


No momento, o ministro da Justiça, Flávio Dino, o presidente do TCU, Bruno Dantas, e o ministro da CGU, Jorge Messias, são os mais cotados para assumir a vaga que será aberta. A aposentadoria da atual presidente da Corte, a ministra Rosa Weber, no dia 2 de outubro, dá esperanças para uma maior diversidade no Supremo Tribunal Federal. 

Foto destaque: Lula durante julgamento da Lava-Jato em 2021. Reprodução/Lauro Correia/JusBrasil

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