Maioria dos trabalhadores ganha até 2 salários mínimos

Igor Vieira Por Igor Vieira
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A economia brasileira está se recuperando desde a retração que ocorreu durante a pandemia, porém, há varios dados que demonstram precariedade na condição dos empregos, como aqueles da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que diz que 70% (66,7 milhões) dos trabalhadores recebem até dois salários mínimos, e 37% (35,5 milhões)recebem até um salário mínimo  (R$1.212),

Pela primeira vez desde 2016, o Brasil tem menos de dez milhões de desempregados, com o percentual representado por um dígito, 9,1%. Porém, apesar do avanço, o mercado de trabalho ainda está com muita inseguridade: dos 98,8 milhões de ocupados, 13 milhões trabalham sem carteira assinada e outros 25,8 milhões exercem função por conta própria. Os três números são os maiores já registrados na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE, que registra o mercado desde 2012.


Mutirão nacional de empregos em São Paulo, com fila de desempregados. Reprodução/R7


 

O trabalho ficou mais barato, muita gente com pouca qualificação e que não consegue barganhar, pois ainda há muita ociosidade no mercado” diz Bruno Imaizumi, economista da LCA Consultores. Essa fala ajuda a entender o fato de que o número de trabalhadores que ganhavam até um salário mínimo cresceu de 27 milhões para 35,5 milhões, de 2019 a 2022, porém, são 19,2 milhões de brasileiros no grupo classificado pelo IBGE como trabalhadores por conta própria, informal, sem proteção social, ou seja, que não são amparados por direitos trabalhistas como no caso de doenças, gravidez e décimo terceiro.

Tudo isso ocorre mesmo levando-se em consideração a reabertura e aquecimento da economia no pós-pandemia, o que gerou 1,5 milhão de vagas até julho de 2022, e das 220 mil vagas criadas especificamente naquele mês, 81,1 mil foram no setor de serviços. Mesmo assim, foram postos de trabalho precarizados e que pagam pouco, e especialistas defendem que o Ministério do Trabalho não tem mais estrutura para fazer uma política de geração de empregos.

Foto Destaque: Carteira de trabalho. Reprodução/ R7

 

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