O sindicato dos metroviários de São Paulo acenou para a possibilidade de uma greve geral nesta terça-feira (15). A decisão sobre a greve será feita em uma reunião nesta segunda-feira (14), iniciada às 18h, ainda sem resultado definido. A suspensão das atividades seria devido a uma insatisfação dos metroviários em relação ao modo que o governador Tarcísio Freitas (Republicanos) tem gerido as ferrovias públicas, especialmente com sua intenção de privatizar a CPTM.
Contra privatização
A greve já havia sido divulgada na semana anterior, mas uma decisão oficial só será tomada hoje após a reunião. Os metroviários têm expressado insatisfação desde que Tarcísio anunciou, ainda em abril, um estudo para a privatização, e o motivo da insatisfação vem de privatizações anteriores das linhas 8 e 9, como divulgado em comunicado: “As linhas privatizadas registram o TRIPLO de falhas. Quem é usuário das linhas 8 e 9 da Via Mobilidade sabe disso. E quem não é, pode acompanhar pelas notícias. Todo dia tem falhas, lentidão e descarrilamentos. Esses acidentes colocam em risco a vida da população e dos trabalhadores“
“Diferentemente do que o governo diz, não economiza dinheiro do Estado. Ao contrário, tem mais gasto porque esses contratos têm garantia de lucro por 30 anos.”, falou a união, adicionando: “Além disso, preveem a existência de uma câmara de compensação que permite a retirada de dinheiro do Metrô público e da CPTM pública para colocar nessas empresas privadas”
CPTM, alvo de privatização de Tarcisio. (Foto: Reprodução/Carlos Almeida)
Sucateamento de linhas
Outro motivo de insatisfação com a gerência seria a terceirização de serviços de manutenção na Linha 15 – Prata do monotrilho. Recentemente, três funcionários foram demitidos nessa mesma linha, algo que gerou reclamação entre os trabalhadores, que alegam falta de pessoal, desvio de função, sobrecarregamento e sucateamento no trabalho.
O sindicato já havia suspendido uma greve em junho, após votação que definiu que os metroviários aceitariam propostas do governo em algumas reivindicações. Caso a greve seja confirmada, ela durará o dia inteiro, a partir da meia-noite. A justiça trabalhista de São Paulo definiu, porém, que o metrô atenda pelo menos 70% de sua capacidade em horários de pico e 30% nas horas normais.
Foto destaque: Estação da Luz em São Paulo, com metrô da CPTM. Reprodução/Governo de São Paulo