Ossada encontrada enterrada no quintal de uma casa é de uma adolescente desaparecida e pai teve prisão preventiva decretada

Joana Tchian Por Joana Tchian
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O laudo feito pelo Instituto de Criminalística (IC) concluiu que os restos mortais encontrados no quintal de uma casa em Ilha Comprida, no litoral paulista, são da adolescente Agata Gonzaga Peixoto Ferreira, de 17 anos. Ela estava desparecida há um ano e o pai é o principal suspeito, mas permanece foragido. A Polícia Civil pediu a prisão preventiva dele.

Na manhã do dia 11 de novembro de 2022, a ossada da vítima foi encontrada na casa onde ela morava com o pai, Gutenberg Peixoto Alves de Souza, de 42 anos. Os investigadores apontaram, na época, que a vítima poderia ter sido enterrada no quintal. A polícia enviou uma retroescavadeira ao terreno e desenterrou os ossos da menina.

Carlos Eiras, delegado da Delegacia Sede de Ilha Comprida, em entrevista ao G1, afirmou que o inquérito foi concluído e solicitou a prisão preventiva do pai da vítima, procurado pela prisão temporária, decretada logo após o encontro da ossada. “Por tratar de ossada não conseguimos identificar nada relacionado [a violência sexual] e nem a causa da morte, do que ela realmente morreu. Só na hora que [prendermos] ele mesmo”, disse o delegado.

Segundo o laudo do IC, finalizado no dia 5 de junho deste ano, a perícia concluiu que os dados genéticos do cadáver eram compatíveis com os dados da mãe biológica de Agata.

Pai era uma “má pessoa na família”

Em entrevista concedida também ao G1, um familiar da vítima afirmou que Agata morava com o pai e a madrasta, mas que de repente sumiu. “Nunca teve convívio com o pai [dela], pois sempre foi uma má pessoa na família”.

Ainda de acordo com o familiar, eles procuraram a delegacia depois de ouvirem Gutenberg dizer que a filha tinha fugido com um namorado para a cidade de Sorocaba. “Ele [pai] fugiu daqui, de onde morava. Ele sempre foi de Itanhaém, mas veio para cá. Morou aqui três anos. Aí, o delegado achou a ossada na casa que eles moravam”.

Segundo o parente, Agata não tinha contato com a mãe biológica, porque foi abandonada com três meses. “A avó cuidava dela, sempre cuidou. Esse monstro, depois da menina crescer, veio fazer inferno na vida da gente”.

Ciúmes paterno

João Antônio Santana de Souza, pedreiro e vizinho da família, contou que o comportamento do pai com a filha era estranho. “Ele tinha ciúme muito forte dela. A menina não podia fazer nada, não podia ter um celular, não podia nada”. “Às vezes eu via ele brigando com ela. Minha filha chegava perguntando por ela e ele falava que estava em casa, com enxaqueca e que não ia sair. Sempre era assim”, disse o vizinho.


Quintal da casa onde os restos mortais da adolescente foram encontrados. (Foto: Reprodução/G1)


Entenda o caso:

No dia 26 de outubro de 2022, um tio da adolescente foi até a delegacia informar que a sobrinha estava desaparecida há mais de um ano. Ele informou que ela morava com o pai e que este teria dito que foi com ela para a cidade de Itanhaém, mas que Agata decidiu ir morar com a mãe.

De acordo com o boletim de ocorrência, a família da adolescente entrou em contato com a mãe biológica dela, que informou que a jovem nunca foi morar com ela e que sequer tinha visto a menina.

Após isso, o pai de Agata mudou seu discurso e disse que ela teria ido para Sorocaba com um rapaz e que, desde a saída dela de casa, nunca mais teve notícias da filha.

Os restos mortais encontrados no quintal da casa estavam envolvidos por um lençol e uma rede. Logo de imediato, o IC foi solicitado para fazer a perícia da cena do crime. O Instituto Médico Legal (IML) também foi acionado e o caso foi registrado com desaparecimento de pessoa, sendo atualizado, depois, para homicídio, na Delegacia de Ilha Comprida.

Foto destaque: Agata Gonzaga Peixoto Ferreira, filha e vítima, e Gutenberg Peixoto Alves de Souza, pai e suspeito. Reprodução/G1

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