Em Pernambuco foram registrados dois casos novos de candida auris, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).
A secretaria publicou em nota que os pacientes são do sexo masculino. Um homem de 50 anos e outro de 54. Ambos permanecem internados no Hospital do Tricentenário, na cidade de Olinda. Os pacientes estão recebendo acompanhamento no setor de enfermaria da unidade. Os dois foram admitidos no hospital em razão de outras situações de saúde que apresentaram, envolvendo sequelas relativas à acidente vascular cerebral (AVC) e à infecção urinária. Porém, não apresentaram problemas clínicos que sejam decorrentes da infecção pelo fungo causador da candida auris. Dos nove casos confirmados para candida auris neste ano, cinco são de pacientes do Hospital do Tricentenário, de acordo com informações da própria secretaria.
Hospital do Tricentenário em Olinda, PE (Foto: Reprodução/CNN)
O que é candida auris?
Candida auris é um tipo de fungo que pode causar doença em pessoas que possuem a imunidade mais comprometida e que estão internadas no hospital há um tempo. Ela é conhecida como “superfungo”, pois apresenta resistência a diversos antifúngicos, o que torna mais difícil a eliminação. No Brasil, o primeiro caso de candida auris aconteceu em 2020. Desde esse ano, novos casos foram relatados. Os principais sintomas mais comuns da candida auris são febre alta, tontura, fadiga, aumento da frequência cardíaca, vômitos, calafrios. A infecção acontece mais comumente em pessoas que permanecem internadas no hospital por um longo tempo, possuindo sistema imunológico comprometido, favorecendo assim a presença do fungo na corrente sanguínea da pessoa doente.
Segundo especialistas, o diagnóstico da infecção por candida auris é muito difícil, uma vez que os métodos de identificação são muito pouco específicos para identificação dessa espécie. Para o diagnóstico, é necessário a realização de exames mais específicos, como o MALDI-TOF, exame esse que confirma a espécie. Há também os testes diferenciais para descartar outras leveduras. Outro ponto importante para diagnosticar candida auris, de acordo com especialistas no assunto, é que às vezes esse fungo pode estar isolado de diversos materiais biológicos, a exemplo de sangue, secreção de ferida, secreções respiratórias e urina. Por isso, a importância de realização de exames mais específicos, quando identificada na amostra a presença de levedura que possa pertencer ao gênero candida. O risco de infecção por candida auris é maior em pessoas que estão hospitalizadas por longo tempo. Assim como para aquelas que fizeram uso anteriormente de antifúngicos ou que possuem cateter venoso central. O fungo possui capacidade de aderir a equipamentos médicos. Outra situação de risco de infecção pelo “superfungo” está relacionada a quem faz ou fez uso prolongado de antibióticos.
O tratamento à candida auris é mais difícil, uma vez que o fungo é resistente aos antifúngicos, que são normalmente usados no tratamento das infecções por candida. O tratamento passa a ser definido pelo médico, conforme a gravidade da infecção e com o sistema imunológico do paciente. O tratamento precis ser iniciado cedo, uma vez que o fungo tem capacidade de se espalhar pela corrente sanguínea do paciente, o pode ocasionar uma infecção generalizada e levar à morte. No entanto, é preciso se prevenir da infecção por candida auris. A prevenção consiste em lavar as mãos antes e depois do contato com o paciente, atenção à desinfecção das superfícies hospitalares e dispositivos médicos. Além disso, a pessoa diagnosticada com candida, deve ficar isolada, prevenindo a infecção de outras pessoas que possam estar no ambiente hospitalar. Desde 2017, o Brasil possui documento que orienta os serviços de saúde, como hospitais, clínicas, laboratórios, além de outros, como deve trabalhar a prevenção e controle em relação à disseminação do fungo.
Foto Destaque: Reprodução microscópica do fungo candida auris. Reprodução/Pixabay.