Nesta terça-feira (05), a Polícia Federal deflagrou uma operação, intitulada Dakovo, contra um grupo criminoso suspeito de negociar a compra e venda de 43 mil armas para os chefes das maiores facções criminosas do país no período de três anos. 19 pessoas foram presas, sendo cinco no Brasil e quatorze no Paraguai.
Operação
Segundo a PF, a operação Dakovo é do Grupo de Investigações Sensíveis da Bahia (GISE/BA), em contribuição com a Coordenação de Repressão ao Tráfico de Armas da PF em Brasília (CGPRE). Foram cumpridos no Brasil 17 mandados de busca e apreensão, e 21 no Paraguai.
A investigação teve início em 2020, quando pistolas e munições foram apreendidas no interior da Bahia, com os números de séries raspados. Por meio da perícia, a PF foi capaz de obter informações da origem e avançar na investigação. Desde o início da operação, foram realizadas 67 apreensões que totalizam 659 armas apreendidas, em dez estados brasileiros.
Polícia Federal prendeu 19 pessoas em operação realizada nesta terça-feira (05). (Foto: reprodução/CNN Brasil/Polícia Federal)
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que R$ 66 milhões foram bloqueados. Segundo as investigações, o grupo já movimentou mais de R$ 1 bilhão. “Essa ação com o Paraguai fará com que as duas maiores facções brasileiras, que eram as destinatárias principais desses armamentos ilegais, tenham o fechamento dessa via logística para realização das suas operações”, afirmou Dino.
Alvo foragido
O principal alvo das buscas é o argentino Diego Hernan Dirísio, considerado foragido após não ser encontrado durante a operação Dakovo nesta manhã. Segundo informações de fontes da PF, Dirísio é o principal alvo da ação, e teria comprado armas fabricadas em países como a Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia para revenda a grupos criminosos brasileiros.
De acordo com a PF, cerca de 43 mil armas foram contrabandeadas para os grupos criminosos Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital (PCC).
Dirísio é considerado o maior contrabandista de armas na América do Sul, e as vendas das armas passavam primeiro por uma empresa no nome dele, na capital paraguaia. A Justiça da Bahia determinou que Dirísio seja incluído na Difusão Vermelha, da Interpol, para que possa ser preso em qualquer país.
Foto destaque: Polícia executou a Operação Dakovo na manhã desta terça-feira (05). (Reprodução/CNN Brasil/Polícia Federal)