De acordo com três autoridades norte-americanas, anônimas em razão da sensibilidade do assunto, em informações divulgadas nesta sexta-feira, 7, a Rússia, ou algum elemento pró-Rússia, pode ser responsável pelo vazamento de documentos militares secretos dos Estados Unidos, publicados nas redes sociais, como Twitter e Telegram, que mostram uma visão parcial da guerra na Ucrânia.
Aparentemente, de acordo com as autoridades, os documentos foram alterados para exibir um menor número de mortes sofridas pelo exército russo.
Os documentos vazados não foram reconhecidos pelo Pentágono como autênticos. “Estamos cientes dos relatos de publicações nas redes sociais, e o Departamento (da Defesa) está revisando o assunto”, disse Sabrina Singh, a porta-voz do Pentágono.
Mykhailo Podolyak, assessor-chefe do Gabinete do Presidente da Ucrânia, em seu canal do Telegram, disse que desconfia que a Rússia esteja por trás do vazamento. Afirmou ainda que os documentos não são autênticos, “não têm nada a ver com os planos reais da Ucrânia”, e acrescentou que são baseados em “uma grande quantidade de informações fictícias”.
Datados de 1º de março, e classificados como “Secretos” e “Ultrassecretos”, alguns dos documentos continham informações possivelmente úteis para as forças russas, como por exemplo a velocidade com a qual os exércitos ucranianos gastam munições para sistemas de foguete fornecidas pelos EUA.
Um dos documentos vazados, que tem circulado nos canais russos do Telegram, é uma foto de uma cópia impressa de um documento intitulado “US, Allied & Partner UAF Combat Power Build”. Um outro é intitulado “Russia/Ukraine Joint Staff J3/4/5 Daily Update (D+370)”, onde J3 é uma referência à diretoria de operações do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos Estados Unidos, J4 lida com logística e engenharia e J5 propõe estratégias, planos e recomendações de políticas.
Podolyak disse que os documentos são “um blefe, poeira nos olhos” e que “se a Rússia realmente recebesse preparações de cenários reais, dificilmente os tornaria públicos”. Acrescentou também que as tropas russas “se familiarizarão” com os verdadeiros planos de contra-ofensiva da Ucrânia “muito em breve”.
Kremlin de Moscou, na Rússia. (Reprodução/dreamstime)
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, e a embaixada da Rússia em Washington não se manifestaram sobre as acusações.
Foto destaque: Prédio do Pentágono. Reprodução/CNN Brasil