Atualmente, o Brasil tem 2,9 milhões de pessoas acima dos 18 anos que se declaram lésbicas, gays ou bissexuais. Esses dados são da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS): Orientação sexual autoidentificada da população adulta, que foi divulgada nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Pela primeira vez que esses dados são coletados entre a população brasileira e, ainda segundo a avaliação do instituto, ainda pode estar subnotificado.
De acordo com os dados coletados em 2019, 94.8% da população, equivalente a 150,8 milhões de pessoas se consideram heterossexuais, ou seja, sentem atração sexual ou afetiva por pessoas do sexo oposto; 1,2% – 1,8 milhão, se declaram homossexuais, que significa ter atrações por pessoas do mesmo sexo ou gênero; e 0,7% – 1,1 milhão, declaram-se bissexual, tendo atração por mais um sexo binário ou gênero.
Além disso, a pesquisa ainda mostra que 1,1% da população brasileira, equivalente a 1,7 milhões de pessoas, disseram não saber responder sobre o assunto e 2,3% – 3,6 milhões, se recusaram a responder sobre a pesquisa. Uma minoria de 0,1% – 100 mil, disseram se identificar com outras orientações. Segundo o IBGE, quando questionadas qual, a maioria respondeu que se identificam como pansexual: quando gênero e sexo não são os principais fatores que determinam a atração por outra pessoa; ou assexual – pessoas que não possuem nenhum tipo de atração sexual por outro alguém.
Parada do Orgulho LGBTQIA+ (Foto: Reprodução/rsnoticiasweb)
Ademais, de acordo com o IBGE, a população de homossexuais ou bissexuais é muito maior entre pessoas que possuem o nível superior (3,2%), maior renda (3,5%) e idades entre 18 e 29 anos (4,8%).
Em relação as regiões brasileiras pesquisadas, o Sudeste registra o maior percentual, 2,1%. Já o Nordeste possui o menor, com 1,5%.
Somente entre as mulheres brasileiras, 0,9% declaram-se lésbicas e 0,8%, bissexuais. Entre os homens, 1,4% declaram-se gays e 0,5%, bissexuais.
Segundo o IBGE, os números registrados ainda podem estar subnotificados. Um dos principais fatores para isso acontecer é o preconceito que, dessa forma, fazem com que as pessoas sintam receio em declarar suas orientações sexuais. Cerca de 70 países ainda tratam a homossexualidade como crime, de acordo com o levantamento feito pela Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexuais (Ilga).
No Brasil, a homofobia segue sendo um assunto muito sério e discutido. Segundo o Relatório de Mortes Violentas de LGBTQIA+ ocorridas no país em 2021, 300 LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais ou Travestis, Queer, Intersexo, Assexual, entre outros), sofreram mortes violentas, número esse, que representa 8% a mais que em 2020, sendo 276 homicídios e 24 suicídios.
A pesquisa foi realizada em caráter experimental. Desta forma, ainda pode haver mudanças. Uma delas, é o uso dos termos gays e lésbicas, mais comum à população, do que o termo homossexual.
Foto destaque: Imagem ilustrativa da Bandeira do Orgulho LGBTQIA+. Reprodução/Campinas Tech