A Volkswagen dará férias coletivas e suspenderá por 10 dias, emendados no Carnaval, a produção em três das quatro fábricas do Brasil por causa da falta de materiais para a fabricação dos veículos.
O intervalo já estava previsto desde o ano passado. “Os dias de parada (…) fazem parte da estratégia da montadora de flexibilização nos processos produtivos devido ao fornecimento de componentes”, explicou a empresa.
Fábrica de Taubaté, responsável pelos veículos Gol e Voyage. (Reprodução/Volkswagen)
As unidades de São Bernardo do Campo (SP), São José dos Pinhais (PR) e São Carlos (SP) serão as fábricas suspensas temporariamente, deixando apenas a fábrica de Taubaté em funcionamento, com dois turnos de produção.
O período de parada nas unidades de São Bernardo do Campo e na de São José dos Pinhais, responsável pelo T-Cross, começarão na próxima quarta-feira (22) e acabará no dia 3 de março. Na fábrica de motores de São Carlos, o intervalo será de segunda-feira (20) até 1 de março.
A produção, nos últimos dias, foi acelerada para abastecer a rede com certos produtos durante o intervalo, de acordo com a Volkswagen.
Durante a pandemia da Covid-19, a distribuição de chips condutores, um dos componentes na fabricação de veículos, foi dificultada, logo, gerando um contratempo nas produções das montadores do mundo todo. Além disso, o aumento da demanda de semicondutores em empresas de eletrônicos de consumo também ajudou a piorar a escassez das peças. Mesmo com a ampla reabertura econômica, ainda não foi totalmente normalizada a questão.
Por causa da falta as peças eletrônicas, 250 mil veículos deixaram de ser produzidos no ano passado, segundo a Anfavea, associação representante das montadoras da fabricante alemã.
A montadora, no ano passado, deu férias coletivas duas vezes em menos de um mês e reduziu o salário e a jornada dos funcionários na fábrica brasileira de São Bernardo do Campo, devido a carência de semicondutores. A unidade é a mais antiga da fabricante e é onde saem os modelos Virtus, Polo, Nivus e a linha Saveiro.
Foto destaque: Fábrica de São Bernardo do Campo, em São Paulo. Reprodução/CUT Brasil.