O voo ocorreu em 20 de março de 2008, a aventura era voar num balão de gás hélio por 20 horas de Paranaguá, no Paraná até Mato Grosso do Sul. Adelir Antônio de Carli, padre desde agosto de 2003., ficou conhecido como “padre do balão“.
Em 2004 assumiu a Paróquia de São Cristóvão, em Paranaguá. Nesse mesmo ano fundou a Pastoral Rodoviária, projeto de prestação de serviços dirigido aos caminhoneiros que passassem pela região.
No ano 2006 denunciou a violência contra pessoas moradoras de rua, que eram vítimas de agentes de segurança pública em Paranaguá. Era conhecido também pela defesa dos direitos humanos.
Tinha experiência em paraquedismo e tinha um sonho de quebrar o recorde de voo de balões de gás hélio, que foi batido por dois americanos em 19 horas.
Fazia esses voos para arrecadar dinheiro para as obras de um hotel para caminhoneiros, com um espaço de descanso para motoristas de passavam pelo local.
Em janeiro de 2008, saiu da cidade de Ampere (Paraná) e foi até San Antonio (Argentina), num percurso de 25 quilômetros. Com 600 balões chegou a 5.300 metros acima do nível do mar. Era conhecido por suas aventuras aéreas.
Padre do balão nos céus (Foto: Reprodução/YouTube )
E seguindo os preparativos foi assistido por muitos fiéis, curiosos e a imprensa, celebrou uma missa, mesmo com tempo nublado e instável decidiu seguir.
Equipado com capacete, paraquedas, aparelho de GPS, celular, telefone por satélite, roupas impermeáveis, colete salva-vidas, traje de voo térmico, alimentos e água.
Às 13 horas começa a subir em uma cadeira sustentada por mil balões, deveria durar 20 horas e a previsão era de chegar a Dourados, em Mato Grosso. Em 20 minutos de voo chegou a uma altitude de 5.800 metros acima do nível do mar.
“Graças a Deus estou bem de saúde, consciência tranquila, tá muito frio aqui em cima, mas tá tudo bem” disse durante o contato com a equipe.
“Eu preciso entrar em contato com o pessoal para que eles me ensinem a operar esse GPS aqui para dar as coordenadas de latitude e longitude que é a única forma que alguém por terra possa saber onde eu estou. O celular via satélite fica saindo de área e além do mais a bateria está enfraquecendo”
Ainda houve um último contato com a Policia Militar, às 21 horas, ele estava a 25 quilômetros do município de São Francisco do Sul, em Santa Catarina.
Após muitas buscas, os restos mortais do padre foram encontrados no mar, em 04 de julho por um barco que prestava serviços à Petrobrás próximo à costa de Maricá, no Rio de Janeiro. O sepultamento ocorreu em sua cidade natal, Ampere.
Foto destaque: Padre Ademir de Carli deveria chegar a Dourados em aventura que se tornou tragédia. (Fotos: Reprodução/UOL)