A guerra entre Israel e Gaza, juntamente com as tensões com o Irã, vem atraindo a maioria dos olhares para a região. No entanto, outra parte do conflito vem sendo negligenciada e tem tido consequências humanitárias tão graves quanto nas outras partes da região. Os números mostram que, desde o início do combate, já ocorreram mais de 700 ataques de colonos judeus na região da Cisjordânia, com soldados israelenses tendo participação em metade deles.
Cerca de 1200 pessoas estão desabrigadas
Outros números preocupantes mostram que já foram 17 palestinos mortos e outros 400 feridos, além de 1,2 mil pessoas terem sido forçadas a se deslocarem devido à intensidade da violência na região, sendo quase metade delas menores de idade.
De acordo com um relatório da ONG Human Rights Watch (HRW) divulgado recentemente, os problemas na Cisjordânia já vinham aumentando antes mesmo da explosão dos conflitos na região, com 2023 sendo o ano em que o número de ataques a colonos na região bateu recorde.
Mais recentemente, tivemos uma nova onda de ataques que começaram depois que o corpo de um menino de 14 anos foi encontrado logo após ele ter desaparecido no assentamento de Malachei Hashalom. A comoção em torno do caso levou a uma série de investidas contra ao menos 17 vilarejos e comunidades palestinas. As investidas resultaram na morte de quatro palestinos, incluindo um menor de 16 anos. Além disso, a tragédia causou o incêndio de casas e veículos, bem como o assassinato de animais de estimação.
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Carros incendiados durante conflito na Cisjordânia (Foto: reprodução/Anadolu/Anadolu/Getty Images Embed)
Outro agravante para a situação na região é que, de acordo com a HRW, nenhuma das pessoas que foram despejadas conseguiu retornar para suas casas. As famílias estão sendo ameaçadas de morte por colonos armados e soldados caso retornem. Essa informação foi baseada no relato de cinco moradores das comunidades afetadas.
União Europeia sancionou algumas pessoas
Ainda na esteira dos conflitos, os grupos extremistas israelenses Lehava e Hilltop Youth, juntamente com quatro colonos, foram sancionados pela União Europeia (UE). Além deles, os líderes sêniores dos grupos Hilltop Youth, Meir Ettinger e Elisha Yered, e os colonos israelenses Neria Ben Pazi e Yinon Levi também receberam sanções. Agora, eles estão proibidos de entrar no território da União Europeia e todos os bens que possuem dentro do bloco estão congelados.
A situação, no entanto, não vê resolução próxima, já que a cada dia surgem novas denúncias de abuso por parte israelense, com as terras palestinas sendo tomadas em uma velocidade cada vez maior.