Nesta sexta-feira (26), Donald Trump deixou julgamento durante a argumentação final da advogada Roberta Kaplan, que representa judicialmente a escritora E. Jean Carroll. A situação causou constrangimento no júri. O julgamento cível está no 5º dia e deve acabar em breve. A defesa de Carroll pede ao menos 10 milhões de dólares em indenizações.
Processo por difamação
O processo em julgamento se refere às declarações que Trump fez sobre Carroll em 2019, quando ele ainda presidia a Casa Branca, nas quais negou que abusou sexualmente da escritora e a chamou de mentirosa. Em maio do ano passado, outro júri concluiu que Trump é culpado pelo abuso sexual contra Jean Carroll, ocorrido em meados de 1990 em uma loja de luxo de Manhattan. Mesmo com o veredicto, o ex-presidente continua a negar as acusações e insinuar que a escritora inventou o episódio para vender mais livros.
Na quinta-feira (25), o presidente irritou o juiz ao dizer aos jurados que
“Ela (Carroll) disse uma coisa que considero uma acusação falsa. Eu só queria defender-me, à minha família e, honestamente, a presidência”. Lewis A. Kaplan, que julga o caso, disse que o júri deve desconsiderar a fala do ex-presidente.
Argumentações finais
Indo para o 5º dia de julgamento, hoje as defesas de Jean Carroll e Donald Trump fizeram as últimas sustentações do caso, que será deliberado por um júri composto por sete homens e duas mulheres na Corte Federal de Manhattan.
Roberta Kaplan defendeu sua cliente pedindo que o júri condenasse Trump por difamá-la repetidas vezes, comprometendo sua reputação como jornalista. Ela opinou, também, que Donald Trump age como se as leis não valessem para ele. Já a advogada de Trump, Aline Habba, disse que são as memórias de Carroll publicadas no New York Times que a colocou nessa situação. A advogada foi ameaçada pelo juiz, que disse que se ela continuasse a falar com seu cliente sem autorização, seria presa.
Assim que Roberta Kaplan retomou a fala, pedindo uma indenização de dezenas de milhões de dólares pelas falas difamatórias e pela negação do crime cometido, Donald Trump deixou a audiência, acompanhado de seus seguranças particulares. Diante disso, o juiz interrompeu a defesa de Carroll para ressaltar que “a ata refletirá que o senhor Trump simplesmente se levantou e saiu da sala do tribunal”. Donald Trump enfrenta 91 processos na justiça, ao mesmo tempo que participa da acirrada corrida eleitoral pela presidência, com eleições marcadas para novembro de 2024.