Estudo do IBGE revela queda de 15,8% nas mortes em 2022

Pedro Ramos Por Pedro Ramos
3 min de leitura
Os óbitos no Brasil diminuíram em 16%, porém, há um aumento alarmante de 27% na mortalidade infantil (Fotografia: Reprodução/Freepik)

O recente relatório da Pesquisa de Estatísticas do Registro Civil, conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), traz dados dos falecimentos ocorridos em todo o território nacional entre 2022 e o primeiro trimestre de 2023. O documento destaca uma redução marcante de 15,8% no número de óbitos em comparação com o ano anterior, quando a pandemia da Covid-19 estava em seu auge.

Embora essa diminuição seja a primeira registrada desde pelo menos 2010, os especialistas alertam que o volume de mortes permanece considerável. Em 2022, foram contabilizados 1.504.763 óbitos, uma cifra que se equipara à do ano anterior, indicando um panorama complexo da saúde pública no país.

Dados de óbitos de homens e de mulheres

No global, a predominância de falecimentos ocorreu em indivíduos do sexo masculino, com uma proporção de 121 mortes masculinas para cada 100 femininas. Porém, entre os maiores de 80 anos, as mulheres superaram os homens em termos de mortalidade, registrando 100 mortes femininas para cada 63 masculinas.

Um contraste notável entre os gêneros é evidenciado na faixa etária de 20 a 24 anos, na qual os homens apresentam uma taxa de mortalidade aproximadamente quatro vezes superior à das mulheres, com uma proporção de 401 mortes masculinas para cada 100 femininas.

Dados sobre morte infantil


Houve um notável aumento de 27,7% na mortalidade das crianças com idades entre 1 e 4 anos (Fotografia: Reprodução/Freepik)

O levantamento ressalta um aumento significativo nas fatalidades entre crianças de 0 a 14 anos, que são as únicas faixas etárias que não seguiram a tendência geral de redução no número de óbitos. Observou-se um aumento expressivo de 27,7% nas crianças com idades entre 1 e 4 anos, enquanto na faixa dos 5 aos 9 anos o crescimento atingiu 19,3%. O estudo revela que muitos desses falecimentos foram atribuídos a doenças respiratórias, o que é surpreendente dado o contexto pós-pandêmico.

Klivia Brayner de Oliveira, pesquisadora, destaca que esse acréscimo é notável, embora não apresente cifras tão elevadas em comparação com outras faixas etárias. Ela ressalta a relevância desse fenômeno para investigações futuras na área da saúde. Além disso, observa-se que o único estado onde não se registrou aumento nas mortes infantis foi o Rio Grande do Sul. Klivia menciona ainda que muitos desses óbitos estão associados a doenças respiratórias, conforme evidenciado por uma base de dados do Ministério da Saúde.

Causa das mortes

A vasta maioria das mortes (90,7%) foi atribuída a causas naturais, contudo, os estudiosos ressaltam a possibilidade de subnotificação de óbitos relacionados a eventos externos, como violência urbana ou acidentes, especialmente no Rio de Janeiro e na Bahia, onde a coleta de informações específicas foi particularmente desafiadora.

Deixe um comentário

Deixe um comentário