Flávio assume autoria de vídeo e nega que Bolsonaro quis burlar restrições
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira (5) que a publicação de um vídeo do ex-presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais partiu exclusivamente dele e que não houve qualquer intenção de burlar as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Consequentemente, a declaração ocorre no contexto da prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada […]
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira (5) que a publicação de um vídeo do ex-presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais partiu exclusivamente dele e que não houve qualquer intenção de burlar as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Consequentemente, a declaração ocorre no contexto da prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada após o ministro Alexandre de Moraes considerar que o ex-presidente descumpriu restrições, inclusive por meio de terceiros.
Dessa forma, Flávio removeu a postagem após receber pedido dos advogados de Bolsonaro, que teria sido surpreendido com a decisão enquanto cumpria uma das determinações judiciais: o toque de recolher.
Senador defende direito de se manifestar
Durante entrevista coletiva no Congresso Nacional, Flávio Bolsonaro se defendeu, afirmando que exerceu seu direito como cidadão ao divulgar o vídeo de seu pai: “Fui eu que postei. Não foi o presidente Jair Bolsonaro que me pediu para fazer isso, nem houve intenção de usar terceiros para contornar a decisão judicial”, declarou o senador.
No vídeo, Bolsonaro aparece agradecendo apoiadores pelas manifestações em Copacabana. Ainda assim, para o ministro Moraes, a divulgação configura um descumprimento direto das restrições impostas ao ex-presidente, que está proibido de se manifestar nas redes, mesmo de forma indireta.
A medida cautelar dizia respeito ao presidente, não a mim. Na minha cabeça, isso não traria problema algum”, argumentou Flávio.
STF impõe prisão domiciliar a Bolsonaro após descumprimento
A decisão do STF sobre a prisão domiciliar de Bolsonaro gerou reações. O Congresso se dividiu diante da medida. O ministro entendeu que o ex-presidente voltou a descumprir medidas ao preparar conteúdos que foram publicados por filhos e apoiadores nas redes sociais.
O ministro classificou a medida como “flagrante desrespeito”, apontando tentativa de mascarar o descumprimento da ordem judicial. A postagem de Flávio foi citada como um dos principais exemplos dessa prática.
“Pacote da paz” e reação no Congresso
Com o avanço das tensões, a prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada pelo STF, levou Flávio Bolsonaro a anunciar a proposta de um “pacote da paz”. O conjunto de medidas inclui anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e o fim do foro privilegiado. Segundo o senador, a proposta representa uma resposta concreta às recentes decisões do Supremo.
Não podemos mais adiar a votação da anistia. O Congresso precisa fazer valer sua prerrogativa”, disse o senador.
Parlamentares aliados ao ex-presidente também anunciaram que vão obstruir os trabalhos da Câmara e do Senado em protesto contra a prisão domiciliar.
Prisão domiciliar imposta pelo STF restringe contato com Bolsonaro
A decisão de Moraes proíbe visitas ao ex-presidente e também o uso de aparelhos eletrônicos, diretos ou por terceiros. No momento, Flávio afirmou que apenas a filha mais nova, Laura, tem contato com o pai por residir na mesma casa. Ele também disse que pretende pedir autorização judicial, junto com o irmão Carlos, para visitar Bolsonaro. A decisão que impôs prisão domiciliar a Bolsonaro pelo STF continua repercutindo entre parlamentares e familiares.
Não há motivo para que filhos sejam impedidos de visitar o pai. Isso ultrapassa o limite do razoável”, concluiu.
A medida imposta pelo STF tem gerado críticas de aliados e familiares do ex-presidente, que consideram a decisão excessiva, especialmente por restringir visitas dos filhos. Além disso, o caso tem ampliado o debate sobre os limites das decisões judiciais envolvendo figuras públicas. Enquanto a defesa de Bolsonaro busca recursos para flexibilizar a ordem, o clima entre seus apoiadores segue de indignação e mobilização. Por isso, espera-se que novos desdobramentos ocorram nos próximos dias.
