Tarcísio, governador de São Paulo, pede desculpas após piada sobre Coca-Cola em coletiva
Após repercussão negativa, governador tenta conter a crise com pedido público de desculpas e reforça o compromisso com a segurança da população
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), divulgou um vídeo de retratação na noite de terça-feira (7), após fazer uma piada considerada insensível durante uma coletiva de imprensa em São Paulo sobre os casos de intoxicação por metanol no estado. Ele havia dito que “só se preocuparia quando começassem a falsificar Coca-Cola”, em referência às bebidas adulteradas que já provocaram mortes e internações.
A declaração, feita em meio a uma crise de saúde pública, gerou forte repercussão negativa nas redes sociais e levou o governador a admitir o erro. Tarcísio afirmou que a fala foi inadequada diante da gravidade da situação e pediu perdão às famílias das vítimas.
Governador promete reforçar fiscalização e ações preventivas
No pronunciamento, Tarcísio reconheceu o erro e afirmou que a tentativa de descontrair a entrevista foi inadequada diante da gravidade da situação. “Errei. Foi uma brincadeira infeliz. Peço perdão às famílias que estão sofrendo com a perda de entes queridos e reafirmo nosso compromisso de combater esse crime com todo rigor”, declarou.
Publicação de CNN Brasil (Vídeo: Reprodução/Youtube/CNN Brasil)
Tarcísio anunciou que o governo estadual ampliará as ações de combate à falsificação de bebidas. Entre as medidas, estão o convênio com o setor privado, a destruição de estoques suspeitos e a criação de um programa de qualidade voltado para distribuidores e comerciantes.
“Não temos compromisso com o erro, mas com as pessoas. Nosso foco é garantir segurança e transparência ao consumidor”, disse. Segundo o governador, mais de 7 mil garrafas adulteradas já foram recolhidas em operações recentes.
Casos de intoxicação aumentam e investigação continua
A perícia da Superintendência de Polícia Técnico-Científica confirmou a presença de metanol em bebidas de duas distribuidoras. A substância, usada em produtos industriais, é altamente tóxica e pode causar cegueira e até morte quando ingerida. De acordo com o boletim da Secretaria da Saúde, São Paulo concentra 18 casos confirmados de intoxicação por metanol, 158 em investigação e 10 mortes suspeitas.
“Nosso trabalho é proteger vidas, e é isso que continuaremos fazendo”, disse Tarcísio.
O governo trabalha com duas hipóteses principais: o uso indevido do metanol para higienizar garrafas reaproveitadas ou para aumentar artificialmente o volume das bebidas falsificadas. As autoridades reforçam que a população deve desconfiar de preços muito baixos, comprar apenas de locais conhecidos e inutilizar garrafas vazias.
