Metanol: 14 casos de intoxicação confirmados no estado de SP
Em São Paulo, outros 178 casos estão sendo investigados; duas mortes por ingestão de metanol foram confirmadas e sete estão sob averiguação
Nesta segunda-feira, dia 06 de outubro, o Governo do Estado de São Paulo soltou um balanço a respeito das intoxicações por metanol no estado. O balanço confirmou que 14 pessoas realmente ingeriram metanol, e que outros 178 casos ainda estão sob investigação. A respeito das vítimas fatais, duas tiveram a causa da morte confirmada, e foram decorrentes da ingestão da substância tóxica. Outras sete mortes seguem sendo analisadas, e estão sob a suspeita de terem sido causadas pela ingestão de metanol.
A substância tóxica em São Paulo
Os casos de intoxicação por metanol começaram a surgir no final de setembro. Várias pessoas foram internadas em hospitais na Região Metropolitana da cidade de São Paulo: uma delas perdeu a visão, enquanto outra entrou em estado de coma. Os casos da ingestão da bebida aumentaram de forma surpreendente: o número de casos era por volta de oito, menos de quinze dias atrás; atualmente, há mais de 170 casos no estado de São Paulo.
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Natuza Nery fala de falsificação de bebidas (Vídeo: reprodução/Instagram/@portalg1 @natuzanery)
O metanol é um tipo de álcool extremamente tóxico para seres humanos. A ingestão se dá por meio de bebidas adulteradas: bebidas que contém etanol – o tipo de álcool que pode ser consumido por humanos – são misturadas com a substância. O metanol, quando misturado com alguma bebida, é impossível de ser distinguido, por ser um líquido transparente, com cheiro e sabor quase idênticos ao álcool. Caso a ingestão de metanol aconteça, os sintomas aparecem entre 12 a 24 horas depois. Os sintomas iniciais são: dor de barriga, confusão mental, náusea e vômitos. O metanol ainda pode causar danos a estruturas oculares, aos rins, fígado e cérebro.
Depoimento do governador e estabelecimentos interditados
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), deu um depoimento durante a divulgação do balanço: “Tem um problema aí que é estrutural, é um problema brasileiro, não é de hoje para quem tem um pouco mais de estrada. Quem lembra há 30 anos atrás mais ou menos na década de 90. Acho que em 1990 a gente teve um caso semelhante na Bahia, né? Nós tivemos aí quase 20 óbitos, né? Por consumo de bebida adulterada com metanol. Então é algo recorrente, é algo que vem acontecendo”.
Os órgãos competentes têm feito fiscalizações em estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas, como bares e distribuidoras de bebidas. Até agora, 11 locais foram interditados: Bebilar Comercial e Distribuidora de Alimentos e Bebidas, Brasil Excellance e Exportadora de Bebidas, BBR Supermercados, FEC Alves Mercearia e Adega, e Lanchonete Ministro.
