Grindr: aplicativo para a comunidade LGBTQIAP+, bloqueia funções na Vila Olímpica

Lorena Camile Por Lorena Camile
3 min de leitura
Foto Destaque: Aplicativo para a comunidade LGBTQIAP+, Grindr, bloqueia funções na Vila Olímpica (reprodução/ Grindr LLC)

O começo desta semana foi marcado pela chegada dos atletas na Vila Olímpica em Paris, contudo, um acontecimento inusitado se mesclou com o episódio e chamou a atenção: o bloqueio de algumas funções do aplicativo Grindr, especialmente na área localizada aos arredores da Vila Olímpica.

Novo funcionamento do Grindr

No início desta semana, o relato de vários usuários do X, antigo Twitter, revelou que o aplicativo voltado para a comunidade LGBTQIAP+, Grindr, apresentou bloqueio e novas funções que causaram certa curiosidade e polêmica.


Postagem de um dos usuários do Grindr em outra rede social após a mudança do funcionamento do App (foto: reprodução/X/ @LouisPisano)


O aplicativo tornou indisponível a possibilidade de explorar a localização de outros usuários pelo mapa, principalmente na Vila Olímpica e seus arredores, além de bloquear a opção de ver quem está usando o aplicativo dentro do lugar. Fora estas alternativas, outros controles foram anunciados e disponibilizados para os usuários como o envio de mensagens ilimitadas que podem desaparecer ou ser canceladas após envio independente do plano do indivíduo. A desativação de capturas de tela para imagens de perfil, mídia e bate-papo também fazem parte das novas regras de funcionamento, além da também desativação de vídeos privados destinado à Vila. Recursos de denúncia de bate-papos recentes agora fazem parte das funções juntamente com outros recursos de segurança.

Justificativa da plataforma

Toda a nova estratégia de segurança se deu em prevenção a possíveis exposições criminosas para atletas e usuários comuns, especialmente após um famoso caso acontecido nas Olímpiadas do Rio em 2016, quando um jornalista britânico usou do aplicativo para escrever um artigo expondo os atletas homossexuais. Outras prevenções já tinham sido tomadas após o grande caso, como a desabilitação de recursos baseado em localização dentro da Vila Olímpica das Olimpíadas de Inverno de Pequim em 2022.

Em declaração no site, o Grindr justificou: “Se um atleta não for assumido ou vier de um país onde ser LGBTQ+ é perigoso ou ilegal, usar o Grindr pode colocá-lo em risco de ser exposto por indivíduos curiosos que podem tentar identificá-lo e expô-lo no aplicativo” .

Por mais que haja tais restrições, os atletas ainda podem usar o aplicativo normalmente, inclusive entrando em contato com outros usuários próximos. A plataforma ainda salientou que esta foi uma maneira segura de garantir que atletas da comunidade pudessem se conectar com outras pessoas de forma autêntica e sem se preocupar com olhares curiosos ou atenção indesejada.

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