Depois das ameaças de Trump, Maduro recorre a Rússia e China para reforçar defesa
Em meio à pressão dos Estados Unidos, Maduro busca apoio de Rússia e China para reforçar a defesa da Venezuela e tentar evitar uma escalada de conflito na região
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou cartas aos governos da Rússia e da China, além de buscar apoio junto ao Irã, para reforçar sua defesa militar diante de uma presença crescente das forças dos Estados Unidos no Caribe. Segundo documentos internos norte-americanos obtidos pelo jornal “The Washington Post”, Maduro requisitou equipamentos como radares, reparos de aviões e até mísseis.
A iniciativa ocorre em um momento de forte tensão entre Caracas e Washington, com o governo dos Estados Unidos justificando sua operação na região como combate ao narcotráfico. Já o governo venezuelano entende a manobra como uma ameaça direta à sua soberania.
Pressão dos Estados Unidos e resposta venezuelana
Nos últimos meses, os Estados Unidos aumentaram a presença de navios de guerra e aviões militares perto da costa da Venezuela, no mar do Caribe. O governo do presidente Nicolás Maduro acredita que essa movimentação não é apenas uma operação comum, mas uma forma de pressão para tentar enfraquecer ou derrubar seu governo. Por isso, Caracas vê essa ação como uma ameaça direta e um risco para a segurança do país.
Diante dessa situação, Maduro decidiu reagir. Ele ordenou exercícios militares na região e afirmou publicamente que a Venezuela não aceitará ser atacada ou intimidada. Mesmo enfrentando dificuldades econômicas e com seu exército precisando de mais estrutura, Maduro diz que o país está se defendendo de um “cerco” internacional e, por isso, busca apoio de aliados para tentar se proteger.
Além das medidas internas, o governo venezuelano também tem usado discursos e transmissões oficiais para reforçar a narrativa de que o país está sendo ameaçado. Maduro afirma que sua intenção é garantir a segurança da população e evitar conflitos, mas também acusa os Estados Unidos de tentar interferir em assuntos internos da Venezuela. Esse posicionamento busca fortalecer o apoio interno e legitimar a cooperação com outros países, mostrando que o governo está preparado para reagir a qualquer tentativa de pressão externa.
Aliança estratégica com Rússia, China e Irã
A Venezuela mantém uma parceria antiga com Rússia e China em áreas como comércio, energia e defesa. Agora, com a tensão crescente com os Estados Unidos, Maduro pediu apoio militar direto a esses países, incluindo equipamentos e suporte técnico. “Os pedidos a Moscou foram feitos por meio de uma carta destinada ao presidente russo Vladimir Putin e que deveria ser entregue durante uma visita de um assessor sênior à capital russa neste mês”, diz o “The Washington Post”. Essa movimentação reforça a tentativa do governo venezuelano de mostrar que não está isolado internacionalmente.
Apesar dessa aproximação, especialistas afirmam que ainda não se sabe se Rússia e China vão fornecer todo o apoio solicitado, já que ambos também enfrentam desafios e prioridades em outras regiões. Mesmo assim, o pedido de Maduro mostra que ele aposta nessas alianças para tentar proteger a Venezuela e evitar um conflito maior na América do Sul. O movimento também serve como sinal para outros países da região de que a Venezuela pretende resistir a pressões externas e buscar respaldo diplomático, mostrando que possui parceiros capazes de equilibrar a influência dos Estados Unidos na América Latina.
A situação deixa claro que a Venezuela está tentando se posicionar como um país que não será pressionado, reforçando suas defesas e suas alianças estratégicas. Ao mesmo tempo, o cenário evidencia como a tensão entre os Estados Unidos e aliados da Venezuela pode impactar a estabilidade política e a segurança em toda a América do Sul nos próximos meses. O desfecho dessa negociação ainda é incerto, mas demonstra que Caracas está determinada a buscar apoio internacional para se proteger e fortalecer sua posição no continente.
