O Ministro dos Direitos Humanos foi demitido nesta sexta-feira (6), após receber acusações de assédio, entre as vítimas está a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. A notícia chega após o portal Metrópole ter divulgado, na última quinta-feira (5), que denúncias contra o então ministro foram feita à ONG Me Too, que lida com casos de violência sexual.
Resposta do Presidente
A assessoria da Presidente Lula afirmou em nota que a situação do atual ex-ministro é insustentável e que todas as medidas possíveis estão sendo tomadas. Isso inclui a abertura de um procedimento para explicar o que ocorreu pela Comissão de Ética da Presidência da República, e uma investigação oficial pela Policia Federal.
“Diante das graves denúncias contra o ministro Silvio Almeida e depois de convocá-lo para uma conversa no Palácio do Planalto, no início da noite desta sexta-feira (6), o presidente Lula decidiu pela demissão do titular da Pasta de Direitos Humanos e Cidadania. O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual,” informou a nota.
Anielle Franco
De início, o sigilo em cima das vítimas estava sendo mantido, porém com a matéria do Metrópole, o nome de Anielle foi citado e a ministra confirmou, através de um post em seu instagram, ter sofrido assédio e importunação sexual por Almeida.
Nota de Anielle Franco (Post: reprodução/instagram/@aniellefranco)
A pasta do Ministério das Mulheres também fez uma nota em sua página de Instagram deixando claro o repúdio por todo e qualquer tipo de assédio, e reforçando a necessidade de acolhimento e proteção e que mulheres que denunciam tais abusos necessitam, afirmando a necessidade de que se haja uma escuta ativa e respeitosa à todas as vítimas. Terminou a nota se solidarizando frente ao caso.
Nota do Ministério das Mulheres (Post: reprodução/instagram/@min.dasmulheres)
Dez dias para defesa
Depois da reunião que decidiu, de forma unânime, a demissão de Almeida, foi estabelecido que o ex-ministro tem dez dias para apresentar sua defesa à Comissão de Ética Pública. O ex-ministro também terá que prestar testemunho de defesa ao Controlador-Geral da União, Vinicius Carvalho, e à Jorge Messias, que atua como Advogado-Geral da União.
Almeida, no entanto, nega as denúncias, afirmando que elas são “mentiras sem provas”. Ainda afirmou que irá pedir responsabilização de quem o denunciou na justiça, e que está sofrendo perseguição por ser um “homem preto.”
Almeida entrou com um pedido de interpelação judicial contra a Me Too – Brasil, pedindo para que as denúncias sejam detalhadas e para que seja informado quem as encaminhou.
Matéria por Nanda Soligo (Lorena – R7)