Modelo brasileira muda olhos castanhos para azuis em procedimento

Fernanda Eirão Por Fernanda Eirão
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Layyons Valença (Foto:reprodução/Instagram/layyons)

A modelo brasileira Layyons Valença, de 24 anos, foi a uma clínica oftalmológica na Suíça para modificar a cor dos olhos de castanho para azul. O procedimento se chama ceratopigmentação e pode ser realizado no Brasil, mas apenas em casos mais específicos.

O procedimento

O processo de ceratopigmentação foi o utilizado pela modelo para alterar a cor de seus olhos.  Consiste no uso de microagulhas ou de laser na córnea, a parte mais externa e transparente do olho, e promove a mudança de cor da íris. É um método muito similar a uma tatuagem e dura cerca de 30 minutos.

A realização desse procedimento deve ser pensada com cuidado, pois o resultado é permanente, como alerta Wilma Lelis, presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. “E pigmentar essa área significa pigmentar de forma definitiva, injetando um pigmento para que mude a cor de acordo com o que se deseja”.


cirurgia que muda a cor dos olhos
A cirurgia de ceratopigmentação é capaz de alterar a cor dos olhos (Foto: reprodução/Allaboutvision)

O médico responsável pela cirurgia da modelo foi o Dr. Théodore Hojabr, médico na clínica oftalmológica em Lausanne onde a modelo se operou.“Criamos uma espécie de túnel na córnea, que é feito em sete segundos. Em seguida, começo a introduzir o pigmento para termos a mudança de cor dos olhos com a ceratopigmentação […] São pigmentos naturais derivados de metais e minerais. O laboratório que produz esses pigmentos obteve todas as validações com as autoridades da Europa”, afirma o médico. A clínica chega a atender até 250 pacientes por ano atrás desse procedimento.

O Dr. Hojabr pontua que em toda cirurgia, por menor que seja, há risco e por isso fazem o check-up completo no paciente para terem certeza que a operação pode ser realizada. Após a cirurgia, os médicos também indicam medicamentos em gotas para garantir boa cicatrização.

O procedimento pode ser realizado em alguns países, além da Suíça, onde a cirurgia de Layyons custou oito mil francos suíços, cerca de R$45 mil. A cirurgia é permitida no Brasil, mas não para fins estéticos. 

“A cirurgia ela é originalmente relacionada a casos em que há uma opacidade extensa da córnea, em que realmente o olho ele está “branco”, como consequência de alguma doença muito grave, como um glaucoma avançado, um histórico de uma doença ocular extensa, que levou à perda da função daquele olho”, esclarece Flavio Mac Cord, diretor da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.

A decisão de Layyons

A modelo brasileira, Layyons Valença, mora em Genebra e foi a uma clínica em Lausanne, que fica perto da cidade suíça, para realizar a cirurgia. A modelo diz que não se identificava com a cor natural de seus olhos. “Eu não conseguia me olhar no espelho”, disse a modelo.

Layyons chegou a usar lentes de contato antes de decidir mudar permanentemente a cor de seus olhos. “Eu optei pela cirurgia porque eu não tinha os cuidados certos, porque eu queria dormir com a lente, eu dormia com a lente. Eu acordava com a lente. Então, em várias ocasiões eu peguei infecções. Aí foi quando eu realmente falei: ‘eu preciso mudar a cor dos meus olhos'”.

A modelo explica que durante os três primeiros meses, os olhos ficam muito sensíveis à luz. Os cuidados pós-cirurgia incluem hidratação com o medicamento indicado e Layyons também diz usar óculos de sol com frequência.

Layyons afirma que recebeu muitas críticas, mas também recebeu apoio pela sua decisão. “Se me perguntam, eu falo: são os meus olhos. Eu comprei, são meus. Eu estou feliz, me sinto realizada, me sinto muito bem. Minha autoestima mudou muito.”


Modelo brasileira muda cor dos olhos
Modelo Layyons Valença mostra seus olhos azuis (Foto: reprodução/Instagram/layyons)

Mas os especialistas alertam sobre os riscos futuros do procedimento, caso o paciente precise realizar alguma cirurgia ocular. De acordo com Wilma Lelis, numa cirurgia de catarata, que é o mais comum de acontecer com o envelhecimento das córneas, a equipe médica terá uma dificuldade muito grande de acessar esse olho. 

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