Netanyahu obtém aval para controlar a principal região de Gaza

Foi aprovado pelo Gabinete de Segurança de Israel, nesta sexta-feira (8), horário local, o plano do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para tomar o controle da Cidade de Gaza, a maior cidade do enclave palestino, ampliando as operações militares na região. A reunião durou quase 10 horas e teve decisão favorável a Netanyahu.  A estratégia de intensificar […]

08 ago, 2025
Foto destaque: Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel (Reprodução/ABIR SULTAN/POOL/AFP/Getty Images Embed)
Foto destaque: Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel (Reprodução/ABIR SULTAN/POOL/AFP/Getty Images Embed)
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Foi aprovado pelo Gabinete de Segurança de Israel, nesta sexta-feira (8), horário local, o plano do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para tomar o controle da Cidade de Gaza, a maior cidade do enclave palestino, ampliando as operações militares na região. A reunião durou quase 10 horas e teve decisão favorável a Netanyahu. 

A estratégia de intensificar a pressão sobre o grupo Hamas, apontado por Israel como responsável por manter reféns e prolongar o conflito, se concentrará na região urbana mais povoada do território, com as Forças de Defesa de Israel (IDF) comandando a operação.

A proposta

Em entrevista à estadunidense “Fox News”, Benjamin Netanyahu afirmou que a intenção de Israel não é governar Gaza de forma permanente. Segundo o primeiro-ministro, o objetivo é estabelecer um perímetro de segurança e, posteriormente, entregar o controle do território as forças árabes que “governariam adequadamente”. Para Netanyahu, nem o Hamas nem a Autoridade Palestina, administrará a região. 


Detalhamento do plano de Benjamin Netanyahu aprovado pelo Gabinete de Segurança de Israel (Foto: reprodução/X/@IsraeliPM)



O plano de Netanyahu gerou críticas e foi visto por muitos especialistas como uma tentativa indireta de ocupar o território palestino, sinalizando que não haverá retirada das forças de segurança de Israel da região e nem um cessar-fogo no enclave.

Reação internacional

A Comunidade Internacional  recebeu o plano de Benjamin Netanyahu com preocupação. A proposta de entregar o controle de Gaza às forças árabes ainda necessita de respaldo, uma vez que não há clareza sobre quais países participariam desse esforço e sob quais condições. Além disso, tanto os EUA quanto a ONU já haviam rejeitado propostas anteriores semelhantes, indicando a falta de consenso sobre uma solução viável para um pós-conflito.


Críticas e rejeição do escritório de Direitos Humanos da ONU sobre o plano de Benjamin Netanyahu (Foto: reprodução/X/@UNHumanRights)

Conforme especialistas, o plano de Netanyahu ignora a Autoridade Palestina como gestora da Faixa de Gaza, uma vez que a Autoridade é reconhecida internacionalmente como representante legítima dos palestinos. 

Para muitos analistas, isso evidencia a tentativa do atual governo israelense de moldar a governança do enclave segundo seus próprios interesses de segurança, sem dialogar com lideranças palestinas responsáveis pela região. Assim sendo, a ocupação da Cidade de Gaza não apenas eleva o risco de novos confrontos, mas também reforça a fragmentação política no território palestino

Resposta do Hamas

O grupo Hamas reagiu duramente ao plano israelense, chamando a proposta de um “golpe” que mina as negociações em curso e coloca em risco a vida dos reféns. Em comunicado oficial, o grupo acusou Benjamin Netanyahu de usar os civis e os reféns como peças políticas para manter-se no poder.

O jogo de narrativas entre Israel e o grupo Hamas alimenta ainda mais o impasse diplomático e aprofunda a desconfiança mútua entre as partes envolvidas, aumentando a escalada do conflito na Faixa de Gaza, iniciado há quase dois anos.

Crise humanitária

Com a crise humanitária no enclave agravando-se sobremaneira, a escassez de alimentos e suprimentos necessários para a sobrevivência aumenta com o passar dos dias, mesmo com a pausa de ajuda humanitária. A disputa por alimentos na região tem deflagrado conflitos entre civis e forças militares.


Crise humanitária na Faixa de Gaza, pessoas em busca de alimentos, em 30 de julho de 2025 (Fotos: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)


A aprovação do plano de Benjamin Netanyahu ocorre em meio ao colapso das negociações com o grupo Hamas, o qual, recentemente, divulgou vídeos mostrando reféns israelenses em estado de desnutrição e fragilidade, gerando protestos por parte das famílias e da comunidade internacional. Vale ressaltar que conforme o exército de Israel avança, o deslocamento interno no enclave se intensifica. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 1,9 milhão de pessoas deslocaram-se dentro do território palestino desde o início do conflito em 2023.

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