Polícia finaliza a primeira fase da apuração sobre testes de HIV com erros no RJ

Erros fatais em testes de HIV levam à infecção de pacientes

Andressa de Paula Por Andressa de Paula
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Fto destaque: Testes de HIV falsificados em laboratório no Rio de Janeiro (Reprodução/Instagram/@ipoliticabahia)

A Polícia Civil do Rio de Janeiro encerrou a primeira fase de investigações contra o laboratório PCS Lab Saleme, após a descoberta de erros graves em testes de HIV, que resultaram na infecção de seis pacientes.

O laboratório localizado em Nova Iguaçu, emitiu resultados incorretos em exames de dois doadores de órgãos. Os resultados foram falsamente considerados negativos para o vírus, em consequência, seis pacientes que receberam os órgãos foram infectados. A operação já prendeu quatro pessoas envolvidas no caso, incluindo o sócio do laboratório e três funcionários.

Erro nos laudos e infecção de pacientes

Segundo as investigações, os testes de HIV foram realizados pelo laboratório em dois doadores e foram determinantes para as infecções. Os exames com resultados negativos falsos, resultaram na infecções.


Laboratório PCS Lab Saleme em Nova Iguaçu no Rio de Janeiro
Laboratório PCS Lab Saleme em Nova Iguaçu, RJ (Foto: Reprodução/Instagram/@portalcostadosol.oficial)

Entre os presos, estão Walter Vieira, sócio do PCS Lab Saleme, e três funcionários: Cleber de Oliveira Santos, Ivanilson Fernandes dos Santos e Jacqueline Iris Bacellar de Assis. Jacqueline, responsável por assinar um dos laudos errados, usou um registro profissional de biomedicina que estava inativo. A segunda fase da operação será focada na análise de documentos e dados coletados para aprofundar as investigações.

Falha operacional e busca por lucro

A Polícia Civil atribuiu os erros a uma falha operacional motivada por lucro. O laboratório tinha um contrato milionário com a Fundação Saúde do RJ, firmado em dezembro de 2023, no valor de R$11,4 milhões, para realização de análises clínicas e de anatomia patológica.

Entretanto, o Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ), revelou que o PCS Lab Saleme não tinha registro junto à entidade, o que levou a mais questionamentos sobre a legalidade e a segurança dos procedimentos realizados pelo laboratório. As investigações avançam com a participação do Ministério Público e da Polícia Federal.