A Polícia Civil do Rio de Janeiro encerrou a primeira fase de investigações contra o laboratório PCS Lab Saleme, após a descoberta de erros graves em testes de HIV, que resultaram na infecção de seis pacientes.
O laboratório localizado em Nova Iguaçu, emitiu resultados incorretos em exames de dois doadores de órgãos. Os resultados foram falsamente considerados negativos para o vírus, em consequência, seis pacientes que receberam os órgãos foram infectados. A operação já prendeu quatro pessoas envolvidas no caso, incluindo o sócio do laboratório e três funcionários.
Erro nos laudos e infecção de pacientes
Segundo as investigações, os testes de HIV foram realizados pelo laboratório em dois doadores e foram determinantes para as infecções. Os exames com resultados negativos falsos, resultaram na infecções.
Entre os presos, estão Walter Vieira, sócio do PCS Lab Saleme, e três funcionários: Cleber de Oliveira Santos, Ivanilson Fernandes dos Santos e Jacqueline Iris Bacellar de Assis. Jacqueline, responsável por assinar um dos laudos errados, usou um registro profissional de biomedicina que estava inativo. A segunda fase da operação será focada na análise de documentos e dados coletados para aprofundar as investigações.
Falha operacional e busca por lucro
A Polícia Civil atribuiu os erros a uma falha operacional motivada por lucro. O laboratório tinha um contrato milionário com a Fundação Saúde do RJ, firmado em dezembro de 2023, no valor de R$11,4 milhões, para realização de análises clínicas e de anatomia patológica.
Entretanto, o Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ), revelou que o PCS Lab Saleme não tinha registro junto à entidade, o que levou a mais questionamentos sobre a legalidade e a segurança dos procedimentos realizados pelo laboratório. As investigações avançam com a participação do Ministério Público e da Polícia Federal.