Presidente da Coreia do Sul promete lutar até o fim contra impeachment

O partido de Yoon Suk Yeol apoia destituição do chefe de Estado após imposição de Lei Marcial

Júlia Fabra Por Júlia Fabra
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Foto destaque: O presidente Yoon Suk Yeol em discurso televisionado (Reprodução/Youtube/BBC News)

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, afirmou na quinta-feira (12) que “lutará até o fim” para defender suas ações, incluindo a polêmica declaração de lei marcial e o envio de soldados ao Parlamento. Seu discurso ocorre em meio a crescentes pressões, com seu próprio partido considerando se aliar à oposição para buscar sua destituição.

Discurso presidencial

Em um longo discurso televisionado, o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, acusou a Coreia do Norte de hackear a comissão eleitoral sul-coreana, levantando suspeitas sobre a derrota de seu partido nas eleições de abril. Yoon, que lidera a quarta maior economia da Ásia, espera o apoio de seus aliados políticos, mas sua situação se torna mais complicada após suas declarações.


Vídeo do novo discurso do presidente Yoon Suk Yeol (Reprodução/Youtube/BBC News)


Na semana passada, Yoon Suk Yeol declarou lei marcial na Coreia do Sul, mas logo em seguida desistiu. Ele afirmou na quinta-feira (12) que o objetivo era proteger a democracia.

Durante o discurso, o presidente pediu desculpas ao povo, mas também fez duras críticas à oposição, acusando-a de tentar destruir a ordem constitucional e de causar uma “crise nacional”. Yoon afirmou que lutará com o povo até o último minuto, enquanto seu índice de popularidade despencava para 13% após o anúncio da medida. A nova moção de impeachment será votada no sábado, às 17h (5h de Brasília), na Assembleia Nacional.

Novo pedido de impeachment

O líder do Partido do Poder Popular (PPP), partido de Yoon, declarou que chegou o momento para o presidente renunciar ou enfrentar um processo de impeachment pelo Parlamento. Investigado por insurreição junto com seus aliados próximos, Yoon está proibido de deixar o país e enfrentará, no próximo sábado (14), uma segunda votação de impeachment, depois de escapar por pouco de uma moção de destituição na semana passada.

Na votação realizada no último sábado, apenas dois deputados do PPP apoiaram o impeachment de Yoon, enquanto os demais se retiraram da Assembleia Nacional, o que garantiu a continuidade de seu mandato. O líder do partido, Han Dong-hoon, instruiu os parlamentares a participarem do debate e a votarem de acordo com suas convicções e consciência.

Desde então, Seul tem sido palco de protestos diários, com milhares de manifestantes exigindo a renúncia do presidente Yoon.