Professores da Universidade de Harvard, diante da crescente pressão federal, moveram uma ação judicial contra o governo Trump. Essa ação ocorreu após a ameaça de corte em bilhões de dólares destinados à instituição por meio de contratos e subsídios federais. Nesse contexto, a iniciativa surge em resposta à criação de uma força-tarefa federal que, por sua vez, exige mudanças internas na universidade.
Matthews Hall, no Harvard Yard, durante as férias de primavera março de 2025, em Cambridge, em Massachusetts (Foto: Reprodução/Scott Eisen/AFP/Getty Images Embed)
O grupo de docentes argumenta, nesse sentido, que essas exigências violam princípios básicos de liberdade acadêmica e representam uma tentativa do Executivo de impor sua agenda política às instituições de ensino superior.
Além disso, a ação, movida com apoio da Associação Americana de Professores Universitários (AAUP), defende que condicionar recursos a mudanças institucionais constitui uma interferência indevida e, consequentemente, compromete a autonomia universitária.
Liberdade acadêmica como eixo central do embate
A disputa judicial gira em torno da proteção garantida pela Primeira Emenda da Constituição americana, que assegura a liberdade de expressão e pensamento. Os professores afirmam que as medidas impostas pelo governo federal têm como objetivo silenciar vozes críticas dentro das universidades. Especialmente em um momento em que crescem os protestos políticos nos campi.
Além disso, especialistas apontam que o uso de financiamento como ferramenta de coerção pode estabelecer um perigoso precedente, não só para Harvard, mas para todas as universidades que dependem de verba pública para manter pesquisas, bolsas e estrutura.
Universidades sob pressão federal
O caso, portanto, levanta um alerta sobre a tensão entre autonomia institucional e ingerência governamental. Com o processo em andamento, o desfecho pode, por consequência, influenciar profundamente o relacionamento entre o Estado e as universidades americanas. Marcando, assim, um novo capítulo na luta pela preservação da independência acadêmica nos Estados Unidos.